17/07/24 |

Embaixadores do Sudeste Asiático conhecem pesquisas e tecnologias da Embrapa no Amazonas

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Foto: Maria Tupinambá

Maria Tupinambá - Visita ao campo de produção de sementes de palma de óleo

Visita ao campo de produção de sementes de palma de óleo

Embaixadores do Camboja, Filipinas, Indonésia, Myanmar, Tailândia, Vietnã e Timor-Leste visitaram a Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM), na tarde de 16 de julho, e conheceram algumas das tecnologias e pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e aplicadas na região amazônica. A visita foi proposta pelo Ministério das Relações Exteriores, no contexto das iniciativas de política externa voltadas para promover relacionamento mais próximo do Brasil com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e seus países-membros e no intuito de realçar a importância estratégica da região Amazônica no cenário global e dar maior visibilidade a oportunidades de colaboração com esses países.

O objetivo da visita dos embaixadores do Sudeste Asiático ao Amazonas foi explorar o potencial de colaboração em pesquisa e desenvolvimento em áreas de interesse comum, além de apresentar oportunidades de investimento, ampliação do comércio e inovação com a região Norte do Brasil. Participaram sete chefes de Missões Diplomáticas em Brasília, embaixadores do Camboja, Filipinas, Indonésia, Myanmar, Tailândia , Vietnã  e a embaixadora de Timor-Leste (país que está em processo de acessão à ASEAN), acompanhados de assessores, além de representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Itamaraty.

Na Embrapa Amazônia Ocidental, a visita teve o objetivo de fomentar iniciativas de cooperação entre o Brasil e os países do sudeste asiático, em pesquisa e desenvolvimento em áreas de interesse comum com a região Norte do Brasil. Everton Rabelo Cordeiro, chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, apresentou tecnologias aplicadas para a segurança alimentar e agricultura sustentável, com destaque para pesquisas com mandioca e outras culturas anuais, fruticultura, piscicultura, integração lavoura-pecuária, entre outros temas. “É um intercâmbio que a gente faz com países da Ásia, e a maior parte dos países que aqui vieram cultivam espécies que nós trabalhamos, como seringueira e dendê, então, é uma delegação muito interessada em conhecer as tecnologias que temos”, disse, destacando também o interesse nas oportunidades com o tema da segurança alimentar.

No campo experimental, visitaram plantios com mandioca, milho, áreas com manejo do solo com plantio direto, plantios de pupunha, seringueira e palma de óleo.  Everton Cordeiro, que é pesquisador da cultura da seringueira, apresentou árvores de seringueira tricomposta e explicou sobre essa tecnologia que permite maior produtividade em látex e copas resistentes ao fungo causador do mal-das-folhas (Pseudocercospora ulei ,antes chamado Microcyclus ulei), fungo que é um grande problema para cultivos de seringueira em regiões quentes e úmidas da América do Sul.

A doença não ocorre no sudeste asiático, onde estão grandes produtores mundiais de borracha. A Embrapa Amazônia Ocidental colaborou recentemente com pesquisadores da Malásia em ações para desenvolver um teste de detecção da doença, para checagem na importação de frutas do Brasil, sem risco de levar junto a doença para os plantios de seringueira daquela região.

Durante a visita ao campo de produção de sementes de palma de óleo, o analista Rosildo Simplício apresentou as características das plantas e o processo de polinização para produção das cultivares comerciais de palma de óleo desenvolvidas pela Embrapa. “Hoje nós temos sete cultivares comerciais lançadas e comercializadas aqui na região Norte e já exportamos para outros países. Atualmente esse material fica todo no Brasil, pois tem uma demanda muito grande. São materiais altamente produtivos, de qualidade excelente, adaptados à nossa região, é isso que chama a atenção desses materiais da Embrapa”, explicou.

Saksee Phromyothi, embaixador da Tailândia e presidente do Comitê da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no Brasil, comentou que essa aproximação com a visita à  Embrapa foi muito importante e encoraja a parceria de compartilhar experiências, sobretudo nos produtos agrícolas em comum, que foram comentados nas palestras. “É uma honra ser convidado pelo Itamaraty, que nos convidou aqui pra Manaus, para a Amazônia”, disse, ressaltando que já existe parceria enquanto países, nas relações bilaterais, e a visita vem fortalecer isso. “Ao invés de competir, nós devemos nos complementar nos mesmos produtos”, afirmou o embaixador da Tailândia.

O gerente da Coordenação-Geral de Cooperação Técnica-África, Ásia, e Oceania (CGAA), da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Antônio Divino Junqueira, disse que a visita dos embaixadores representa a possibilidade de cooperação técnica com  países que integram a Associação das Nações do Sudeste Asiático. Junqueira explicou que o Brasil é parceiro de diálogo setorial com a ASEAN e existe um compromisso, em documento chamado Áreas Práticas de Cooperação, no qual os países escolhem áreas em que gostariam de cooperar. Junqueira comentou que alguns desses países têm condições climáticas parecidas com a região norte do Brasil, e assim a visita à Amazônia é uma oportunidade de abordar sobre bioeconomia, produtos da floresta e bionegócios da Amazônia.

A comitiva de embaixadores veio acompanhada pela diplomata da Coordenação para ASEAN do Itamaraty, Patrícia Camargo, e esteve em Manaus de 14 a 17 de julho, visitando algumas instituições, com uma programação estruturada em três eixos: indústria e tecnologia, meio ambiente e cooperação. A agenda da comitiva incluiu visitas ao Governo do Amazonas, à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Centro de Bionegócios da Amazônia, Museu da Amazônia / Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Centro de Treinamento de Guerra na Selva e Fiocruz Amazônia.

 

Sobre a Asean  

A Asean é uma organização intergovernamental regional que compreende dez países do sudeste asiático, que promove a cooperação intergovernamental e facilita a integração econômica, política, de segurança, militar, educacional e sociocultural entre seus membros e outros países da Ásia. O bloco busca promover o desenvolvimento econômico, social e cultural da região através de programas cooperativos, salvaguardando a estabilidade política e econômica da região, bem como servindo como fórum de discussão das diferenças intra-regionais.

Síglia Souza e Maria José Tupinambá (MTb 66/AM - DRT/AM 114/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental

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