Embrapa integra o Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde
Embrapa integra o Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde
Photo: Ministério da Saúde
O propósito é o trabalho cooperativo na prevenção e controle das ameaças à saúde na interface homem-animal-vegetal-ambiental
A iniciativa foi lançada na quinta-feira, 8 de agosto, no Palácio do Planalto, pelo Ministério da Saúde. O tema Saúde Única é uma das prioridades de pesquisa da Empresa e está previsto no seu Plano Diretor
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) integra o Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, lançado na tarde de hoje (8), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). O Comitê, de caráter consultivo e permanente, é liderado pelo Ministério da Saúde e se posiciona de forma alinhada ao princípio-chave da iniciativa Uma Só Saúde (One Health). O propósito é a integração de esforços e o trabalho cooperativo na prevenção e controle das ameaças à saúde na interface homem-animal-vegetal-
A Empresa pública, além de integrar o Comitê Interinstitucional, está estruturando, dentro da sua agenda de pesquisa, um programa contemplando tecnologias, ações de inovação, métricas e indicadores aplicáveis para a Saúde Única, com foco em sistemas agroalimentares e florestais para produção sustentável de alimentos. Um comitê permanente interno voltado ao tema já está atuando. Parcerias com instituições de saúde, órgãos governamentais e ONGs estão também previstos, o que vem ao encontro da iniciativa do Ministério da Saúde de formação do Comitê.
Saúde Única é, ainda, um dos objetivos estratégicos do Plano Diretor da Embrapa (PDE). A intenção é fomentar abordagens em pesquisa, desenvolvimento e inovação que reconheçam e considerem a interconexão entre saúde humana, de plantas, de animais e do meio ambiente na construção de soluções tecnológicas e políticas públicas para o setor agropecuário.
O diretor Clenio Pillon ressalta que a inserção da Embrapa nesse Comitê Interministerial, no qual poucas entidades têm assento, já se traduz em conquista importante e estratégica. "Será uma oportunidade riquissima para colocarmos ciência a serviço da construção de politicas públicas em uma única saúde, além de um espaco de fortalecimento de relações institucionais e de captura de demandas e oportunidades em PD&I", diz.
Para ele, a abordagem de única saúde permite integrar os principais desafios associados à transição alimentar, energética e climática, em que a produção de alimentos saudáveis em bases sustentáveis está no centro da discussão, desde o agroecossistema até a mesa do consumidor. "Poderemos contribuir com bases de dados e informações, com protocolos, com boas práticas no campo e na agroindústria, com análises de riscos e sistemas de alerta, com o desenvolvimento de soluções tecnológicas para a produção de alimentos, fibras e energia nas perspectivas da saudabilidade e da sustentabilidade, e, ainda, para a formulação e integração de politicas", destaca o diretor.
Imagem acima: na primeira fila, da esquerda para direita, Marcelo Bonnet, Fernando Amaral e Clenio Pillon
Impactos das mudanças climáticas
Durante o evento, Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, ao apresentar o Comitê e o tema que o orienta, reforçou a importância de esforços integrados de diferentes setores, e da necessidade de planos e ações que preparem países para o enfrentamento de desafios de saúde pública, inclusive em cenários de pandemias.
Chamou a atenção para o impacto que têm as mudanças climáticas nos determinantes sociais e ambientais da saúde – ar puro, comida suficiente e água potável e abrigo seguros. Mencionou dados que apontam que 277 doenças de alto impacto para a saúde pública podem ser agravadas por essas mudanças. No caso das doenças infecciosas, ainda segundo a secretária, 58% são afetadas, direta ou indiretamente, por elas.
Sobre o Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde, cuja elaboração é objetivo do Comitê, Ethel Maciel apresentou linhas de ação que abrangem, entre outras, o controle e a eliminação de zoonoses endêmicas, doenças tropicais negligenciadas e transmitidas por vetores; a contenção da pandemia de resistência antimicrobiana e o fortalecimento da avaliação, gestão e comunicação de riscos em segurança dos alimentos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), cerca de 60% das doenças infecciosas humanas têm origem animal. A resistência aos antimicrobianos, um dos principais desafios da saúde pública, segundo Maciel, é acelerada pelo uso indiscriminado desses produtos em humanos, animais e nos meios de produção agroalimentares, conjugado com fatores ambientais e sociais.
Nesse caso, 20% dos óbitos ocorrem entre crianças até cinco anos de idade. Impactos em mulheres e populações vulnerabilizadas requerem também atenção. Mortes anuais – 750 mil segundo dados apresentados pela palestrante – podem ser evitadas fortalecendo ações de prevenção de infecções, imunização, higiene e saneamento básico.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, ao encerrar o evento, citou nominalmente os 20 órgãos e instituições que formam o Comitê, reforçando os conceitos de integralidade e transversalidade em que se baseia a iniciativa. "Estamos aqui na circunstância em que políticas públicas signifiquem mudanças profundas na vida de cada brasileiro e de cada brasileira. Signifiquem que trabalhar em uma só saúde é aprofundar uma dessas politicas baseadas na democracia e cidadania como é o Sistema Único de Saúde (SUS), orgulho do planeta". Concluiu lembrando a responsabilidade pública e planetária de proteger o mundo, onde estão os humanos, os animais, a vegetação e também as doenças, zoonoses e mudanças climáticas.
Marita Cardillo (MTb2264 DF)
Superintendência de Comunicação
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