21/01/16 |   Transferência de Tecnologia

Série Documentos da Embrapa Meio Ambiente chega ao número 100

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Foto: Inpe

Inpe - Imagem de satélite de área agrícola em Santo Ângelo, RS

Imagem de satélite de área agrícola em Santo Ângelo, RS

A série Embrapa Documentos chegou ao número 100 com a publicação "Método para estratificação em levantamentos agrícolas com mais de uma variável", de autoria dos pesquisadores Alfredo José Barreto Luiz da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Bruno Schultz e Antonio Roberto Formaggio do Inpe, SP,  Kleber Trabaquini da Epagri, SC e Isaque Daniel Rocha Eberhardt da Universidade de Brasília (UnB), DF.

A estratificação é uma técnica comum em amostragem e existem muitas razões para isso. Entre essas razões pode-se destacar que quando se deseja conhecer o grau de precisão dos dados para certas subdivisões da população é conveniente tratar cada uma delas como uma "população" em separado, ou seja, cada subpopulação equivale a um estrato. A técnica pode ainda produzir um ganho na precisão das estimativas das características da população completa, pois é possível dividir uma população heterogênea em subpopulações, cada uma das quais sendo internamente homogênea. Isso é sugerido pelo nome "estrato", que implica na divisão do todo em camadas.

O objetivo do estudo contido na publicação foi propor um plano amostral para estimar a área ocupada com as culturas de cana-de-açúcar, milho e soja nos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, cujas mesorregiões foram escolhidas como estratos. De acordo com a publicação, o tipo de alocação por estratos, que resulta em menores valores conjuntos de coeficiente de variação (CV) em levantamentos em que se busca estimar ao mesmo tempo as áreas ocupadas por mais de uma cultura, varia em função da proporção do território ocupado com cada cultura em cada Estado.

As culturas foram escolhidas por estarem entre os dez produtos alimentícios produzidos em maior volume em todo o mundo, além de ocuparem as maiores áreas plantadas no Brasil.

Os Estados foram divididos em mesorregiões. Segundo os pesquisadores, isso se deu por vários motivos, entre eles: as mesorregiões já existirem como subdivisões utilizadas pelo órgão oficial responsável pelas estatísticas agrícolas brasileiras, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); as mesorregiões serem porções de território contínuas geograficamente, o que permite, com certa facilidade, a delimitação de conjuntos de quadrículas (pixels) contíguas, todas pertencentes a uma única mesorregião e somente a ela; as mesorregiões possuem extensão de área relativamente semelhantes; e, finalmente, dificuldade de estabelecer estratos, principalmente com as características das mesorregiões, por critérios estatísticos que considerem simultaneamente três ou mais variáveis, entendidas no estudo como culturas agrícolas.

Segundo o IBGE, mesorregião é uma área individualizada do Estado que apresenta formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o processo social, como determinante; o quadro natural, como condicionante; e a rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial. Estas dimensões possibilitam que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional, definida pela realidade construída ao longo do tempo pela sociedade que ali se formou.

Os autores ressaltam que bancos de dados como os do IBGE são imprescindíveis para a consecução de objetivos como os de levantamentos amostrais de áreas com culturas agrícolas via técnicas de estratificação, como as exemplificadas no presente estudo.

Estudo contemplou 3 Estados

Foram utilizados dados de 2011 da produção agrícola nos municípios do Estado de São Paulo para ilustrar um levantamento amostral agrícola deste tipo. São Paulo é dividido em 15 mesorregiões criadas pelo IBGE, que são utilizadas para fins estatísticos, mas não se constituem em entidades político-administrativas autônomas.

O Estado do Paraná é dividido em 10 mesorregiões. Da mesma maneira que se adotou para São Paulo, os três itens escolhidos como de maior interesse neste estudo são as áreas anuais cultivadas com as culturas da cana-de-açúcar, soja e milho. Os dados da produção agrícola são de 2012.

No RS que possui sete mesorregiões, foram escolhidas duas culturas anuais de maior interesse para este estudo: a soja e o milho, pois no RS a cana-de-açúcar ocupa uma área pouco expressiva em comparação às demais culturas temporárias. Embora ligeiramente diferente dos casos de SP e PR, os dados demonstram a importância estadual de duas das culturas escolhidas no estudo, que utilizou dados agrícolas de 2012.

De acordo com os autores, o presente trabalho disponibiliza as bases teóricas e práticas para metodologias voltadas à obtenção de estimativas de áreas agrícolas, utilizando-se técnicas estatísticas de amostragem, conjugadas com estratificação e auxiliadas por sensoriamento remoto, quando se tem duas ou mais culturas de interesse no mesmo levantamento.

Os pesquisadores concluem que "as técnicas estatísticas de estratificação demonstraram proporcionar ganhos de precisão nas estimativas de área ocupada por múltiplas culturas de interesse em levantamentos agrícolas por amostragem, auxiliados por sensoriamento remoto".

A publicação está disponível no site da Embrapa Meio Ambiente para download gratuito.

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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