Artigo - Projeto Rede Café realiza a primeira colheita dos experimentos em Rondônia
Artigo - Projeto Rede Café realiza a primeira colheita dos experimentos em Rondônia
Entre os meses de abril e julho de 2024, A Embrapa Rondônia em parceria com os produtores parceiros, Emater-RO, Sedec, Seagri e prefeituras municipais realizaram a colheitas das unidades experimentais em Rondônia, nos municípios de Cacoal, AltaFloresta do Oeste, São Miguel do Guaporé, Ouro Preto do Oeste e Cujubim.
FOTO: João Luiz Resende Lourenço
Pesquisadores, analistas, técnicos e bolsistas do projeto “Rede estadual de avaliação de clones de café no estado de Rondônia – REDE CAFÉ” visitaram as unidades experimentais para realizar a colheita dos 64 clones de café canéfora que estão sendo avaliados quanto às características agronômicas e morfológicas. De acordo com João Maria Diocleciano, analista da Embrapa, as colheitas de todas as unidades foram divididas em 3 etapas com o objetivo de classificar os clones quanto ao ciclo de maturação: precoce, intermediário ou tardio.
Produtividades superando as expectativas
Todas as unidades obtiveram médias experimentais acima de 50 sacas/ha, com destaque para média experimental no município de São Miguel do Guaporé que alcançou a marca de 100 sacas/ha. Trata-se da primeira safra de produção e avaliação 64 clones de café canéfora diferentes, com surpreendente produtividade média experimental de 100 sacas/ha, o que mostra que estamos conseguindo explorar o potencial máximo desses clones. Outro ponto interessante é a produtividade de alguns clones. Considerando a produtividade média em todos os municípios, 20% dos clones alcançaram produtividades acima de 85 sacas/ha. Quando separamos os dados por município, foi possível identificar clones produzindo mais de 120 sacas/ha, chegando a até 160 sacas/ha na unidade experimental de São Miguel do Guaporé. Foram coletadas amostras de todos os 64 clones para realização das análises de qualidade de bebida. Essas amostras foram lavadas em campo e a separação dos frutos cereja é realizada na seletora Gavatec M400 que é capaz de separar os frutos por cores. Após esse processo as amostras são secas e beneficiadas. A próxima etapa é encaminhá-las para o laboratório de análises sensoriais de café. As avaliações continuam nos anos seguintes, com a coleta de dados nas safras de 2025, 2026 e 2027.
Essas ações são atividades do projeto "Rede estadual de avaliação de cafés do estado de Rondônia", fruto da parceria entre Embrapa e Governo de Rondônia por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico – SEDEC. O projeto teve início em 2021 e tem como objetivo caracterizar os clones de café desenvolvidos pelos próprios cafeicultores do estado, agregando valor, conhecimento e inovação aos cafés regionais. O projeto é financiado pelo Fundo de Investimento e Desenvolvimento Industrial do Estado de Rondônia - FIDER. O pesquisador da Embrapa Rodrigo Barros Rocha ressalta que o investimento do governo estadual no Agro de Rondônia é estratégico para reconhecer e agregar valor ao produto regional, e ao mesmo tempo, cria novos mercados com a exploração de cafés únicos e sustentáveis produzidos na Amazônia. As pesquisas desenvolvidas estão alinhadas com as demandas do setor cafeeiro rondoniense e buscam soluções para atender os desafios de inovação propostos pelo Consórcio Pesquisa Café.
Autor: Alexsandro Lara Teixeira, pesquisador da Embrapa Café
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