04/02/16 |   Transferência de Tecnologia

Projeto prevê a energização de propriedades pantaneiras

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Foto: Nicoli Dichoff

Nicoli Dichoff - Fornecimento de energia elétrica a regiões mais afastadas é discutido na Embrapa Pantanal

Fornecimento de energia elétrica a regiões mais afastadas é discutido na Embrapa Pantanal

Na manhã desta quinta-feira, dia 04, a Embrapa Pantanal recebeu a visita de representantes da empresa distribuidora de energia em Mato Grosso do Sul, a Energisa, e dos Institutos Lactec. Eles vieram discutir uma parceria com a unidade para a realização de um projeto de pesquisa que investiga a forma mais eficiente de se levar energia elétrica às propriedades rurais pantaneiras.

O projeto

"Nós estamos desenvolvendo uma metodologia para fornecer o suprimento de energia a regiões isoladas no Pantanal do MS", diz Ellen Ferronato, engenheira ambiental da divisão de meio ambiente dos Institutos Lactec. De acordo com a engenheira, o projeto começou em dezembro de 2015 e deverá ser finalizado até o final deste ano. "A gente precisa, primeiramente, fazer um levantamento das possíveis unidades consumidoras. Com isso, vamos mapear todas as casas que não têm, hoje, fornecimento pela concessionária".

De acordo com Gleiciane Carvalho Blanc, que também é engenheira ambiental dos Institutos Lactec, esses estudos irão servir como base para determinar as fontes mais eficientes – em aspectos técnicos, econômicos e ambientais – para o fornecimento de energia. Entre as alternativas estão a rede tradicional, feita por meio de cabeamento, energia gerada pelo vento (fontes eólicas), pelo sol e biomassa. "É a primeira vez que a gente vem a esta região, que é muito diferente da nossa realidade. Por isso, estamos buscando instituições que trabalham e atuam diretamente aqui, que têm maior conhecimento para subsidiar o nosso trabalho", diz.

Segundo Mário da Costa, engenheiro eletricista da Energisa, esse projeto faz parte de uma iniciativa do Governo Federal. "O projeto do Governo determinou a universalização da energia elétrica nas propriedades de todo o Brasil, não só de Mato Grosso do Sul. Então, nós temos que apresentar um trabalho para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até dezembro com a melhor forma de energizar as propriedades do Pantanal", afirma. De acordo com dados da Aneel, a universalização da energia elétrica na área rural deve ser concluída até 2018. Das 101 empresas que prestam serviços ligados ao fornecimento de energia elétrica no país, mais de 80 já realizaram a universalização dos serviços, tanto em áreas rurais quanto urbanas.

Eletricidade no Pantanal

Durante a reunião, o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pantanal, José Aníbal Comastri Filho, apresentou aos visitantes algumas das características do ambiente pantaneiro que podem influenciar o projeto. "Em função das distâncias e das condições hídricas da região, com suas inundações anuais, não há acesso constante a essas propriedades, o que dificulta o processo. E esse acesso é feito por meio de estradas vicinais. Ou seja, o custo sobe tremendamente", afirma. "As fazendas que estão na periferia do Pantanal não têm outra energia que não seja a do gerador – que é cara e polui, aumentando o custo de produção do bezerro e do boi produzido na região".

Na fazenda Nhumirim, o campo experimental da Embrapa Pantanal localizado a cerca de 140 km de Corumbá (MS), a energia elétrica chegou em 2012. Para que isso fosse possível, foram investidos mais de 2 milhões de reais na instalação da rede que, depois, serviu como base para que outras fazendas próximas tivessem acesso à eletricidade. "No caso da Embrapa, era preciso assegurar a qualidade das informações que saem do campo para os laboratórios da cidade. Para isso, precisávamos de energia elétrica", conta.

Comastri ressalta a grande necessidade que o Pantanal como um todo tem por energia. "Ela é essencial. É aquilo que está faltando para acelerar o desenvolvimento tecnológico do Pantanal. A vinda da eletricidade nessas propriedades favorece o bem estar de quem mora e trabalha no meio rural, melhorando suas condições de vida e facilitando sua comunicação. Ela influencia também o bem estar animal, permitindo, por exemplo, o uso de vacinas conservadas adequadamente. Tudo isso contribui de forma marcante para que ocorra até mesmo a fixação do homem do campo, reduzindo o fluxo do êxodo que está acontecendo no Pantanal".

Antes de voltar a visitar o Pantanal, os representantes da Energisa e Institutos Lactec devem se reunir com outras entidades locais para reunir informações sobre a região e, assim, traçar um plano de ação para o projeto.

Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC)
Embrapa Pantanal

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