Seminário promove mapeamento de demandas por máquinas e equipamentos para agricultura familiar na Região Norte
Seminário promove mapeamento de demandas por máquinas e equipamentos para agricultura familiar na Região Norte
O Seminário Regional de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura Familiar da Região Norte, que acontece em Manaus, nos dias 4 e 5 de dezembro, conta com a participação presencial de cerca de 136 pessoas representantes de organizações de agricultores familiares, de movimentos sociais, de Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e de órgãos governamentais que atuam junto à agricultura familiar nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Roraima. Empresas do setor primário e entidades financiadoras de projetos também estão presentes. A ação faz parte de parceria entre Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O evento iniciou nesta quarta-feira, 4 de dezembro, em Manaus, e se estende até dia 5, com atividades presenciais no auditório Vânia Pimental da Universidade Nilton Lins, em Manaus.
O seminário faz parte das ações previstas no Termo de Execução Descentralizada (TED) entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Embrapa. Um dos coordenadores desta ação, Henrique Carvalho, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças, destacou que essa iniciativa visa mapear os principais problemas enfrentados pela agricultura familiar, em relação às necessidades de máquinas e implementos, para que, no próximo ano e nos anos subsequentes, sejam desenvolvidas e incentivadas ações para viabilizar o acesso a esses equipamentos, a fim de contribuir para melhoria das condições de trabalho dos agricultores familiares na região.
Carvalho explica que este seminário em Manaus é o último de uma série que passou em todas as regiões, completando um mapeamento nacional para subsidiar políticas públicas regionais. "Nosso objetivo é apresentar, mapear e incentivar a união de esforços entre produtores rurais, movimentos sociais, institutos de ciência e tecnologia e governos estaduais, federais e municipais para desenvolver a agricultura familiar através de máquinas, equipamentos, implementos e ferramentas", afirmou.
Zaré Brum Soares, coordenador geral de Pesquisa e Inovação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), ressaltou que essa série de cinco seminários regionais está relacionada ao fortalecimento da política pública "Mais Alimentos", ampliando a capacidade da agricultura familiar na produção de alimentos saudáveis. O objetivo é identificar demandas tecnológicas e estruturar estratégias de apoio para o desenvolvimento de novas máquinas para a agricultura familiar, facilitando o acesso dos agricultores a esses equipamentos.
Zaré acrescentou que os seminários têm como objetivo identificar demandas de desenvolvimento tecnológico para máquinas que ainda não existem no mercado. "Estamos realizando um conjunto de atividades que envolve empresas, organizações da agricultura familiar, governos estaduais, governo federal, universidades e instituições de ciência e tecnologia, tudo isso em parceria com as organizações da agricultura familiar, para identificar exatamente essas demandas e estruturar estratégias de apoio à ciência e tecnologia."
Amazônia - A Embrapa também tem um TED com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), direcionado a projetos específicos para cadeias produtivas da Amazônia, como açaí, cupuaçu, babaçu e castanha.
A Embrapa Amazônia Oriental (Pará) coordena o estudo estratégico sobre máquinas e equipamentos na cadeia do açaí e cupuaçu, liderado pela analista da Embrapa Amazônia Oriental, Mazillene Borges, que informa que está se mapeando as máquinas e equipamentos disponíveis no mercado, quais estão em desenvolvimento e as demandas por novas máquinas. O estudo para o açaí está sendo feito em parceria com equipes da Embrapa em cinco estados (Amazonas, Amapá, Acre, Pará e Roraima) e para o cupuaçu em tres estados (Amazonas, Pará e Roraima). O mesmo processo está sendo feito em outro projeto para a cadeia da Castanha, em estudo liderado pela pesquisadora da Embrapa Acre, Cleisa Cartaxo, envolvendo equipes no Acre, Rondônia, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Amapá.
Reduzir a penosidade - A importância de desenvolver máquinas que atendam às necessidades locais, para reduzir a penosidade, melhorando a produtividade e a qualidade de vida de pequenos agricultores, foi um dos pontos destacados pelo chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Everton Rabelo Cordeiro, ao comentar as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais do Amazonas, como a falta de acesso a equipamentos adequados a atividades em menor escala.
Para Nadiele Pacheco, diretora técnica do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam), participante do Seminário, esse evento é crucial para discutir as demandas de máquinas e a necessidade de adaptação dos equipamentos à realidade local. Ela enfatizou a importância de trazer tecnologia para atrair o público jovem à atividade produtiva no interior do Amazonas e mencionou o papel dos técnicos-extensionistas em levar as oportunidades tecnológicas e trazer as demandas dos agricultores.
Superar as dificuldades do trabalho e obter melhor valorização dos produtos com o uso de máquinas são pontos destacados pela extrativista Graciléia de Brito e Souza, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu. "Nossa cooperativa já produz e exporta óleo de babaçu, mas ainda enfrentamos dificuldades com máquinas que não aproveitam integralmente o babaçu. Queremos máquinas que atendam nossas necessidades e valorizem nossa produção," afirmou. O movimento, que envolve aproximadamente 300 mil mulheres nos estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí, luta pela preservação dos babaçuais e pela melhoria das condições de trabalho das quebradeiras de coco.
Entre as instituições participantes estão a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Agência Nacional de Assistência Tecnica e Extensão Rural (Anater), União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Movimento dos pequenos agricultores (MPA), Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu, Movimento Quilombola, Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (AGERP), Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas, Oficial de Projeto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Coordenação-Geral de Cadeias Produtivas dos Biomas e Amazônia da Secretaria de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) , entre outros.
No segundo dia do evento serão discutidas oportunidades de financiamento de máquinas e equipamentos para a agricultura familiar e para o financiamento do desenvolvimento para indústrias e Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs).
Síglia Souza (Mtb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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