05/12/24 |   Agroecologia e produção orgânica

Em meio a mudanças climáticas, agroecologia desponta como saída

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Foto: Dalízia Aguiar

Dalízia Aguiar - Abertura oficial do Agroecol lotou auditório da UFMS.

Abertura oficial do Agroecol lotou auditório da UFMS.

A agroecologia é alicerçada em cuidados, cooperação e circuitos. Esses três "C" se relacionam com a manutenção da cultura agroecológica, que busca entender o modo de vida e diversidade dos povos antes da produção, em si. Considerar a história de uma comunidade é o que motiva produtores e pesquisadores da área. 

"A produção do conhecimento técnico-científico na agroecologia não pode e nem desconsiderar tais abordagens. São necessários vários atores para fazer a agroecologia roda, como a Ciência, a prática social e o movimento político, sendo assim o diálogo entre eles é fundamental", observa a pesquisadora Vânia Pimentel do Instituto Federal de Brasília (DF) e coordenadora da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) no Centro-Oeste.

Em palestra magna na noite de abertura (dia 4) do Agroecol 2024 intitulada "Agricultura familiar e Agroecologia pela manutenção da vida", a professora aposta na agroecologia como uma das saídas para a atual sindemia global, marcada pela obesidade, desnutrição e mudancas climáticas, colocando em evidência crises civilizatórias e em risco a soberania e a segurança alimentar. 

 

Parafraseando o filósofo e líder indígena Ailton Krenak, Pimentel reflete sobre a quem interessa essa perpetuação  de práticas colonizadoras, e colocando a plateia presente no auditório do Complexo Multiuso da UFMS para pensar, ela afirma que a conservação da biodiversidade vai além do meio ambiente e está em ir contra à monocultura de mentes e seres humanos, em interromper o processo, antes de "sermos interrompidos". 

Coordenador da Organização Indígena Caiañas, Leosmar Antonio conta que as famílias das comunidades Terena de Miranda (MS) já sentem essas transformações negativas na vida da aldeia. O mesmo foi comentado por Washington Willeman, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS (Agraer), ao relatar as dificuldades enfrentadas pelas famílias assentadas em Itaquiraí ao passar por um severo período de seca, que precisou de apoio governamental para não colapsar. 

Para Antonio, essas políticas públicas poderiam ser uma construção coletiva, pois basta um olhar atento em direção aos territórios para perceber as especificidades, as quais não devem ser desconsideradas. E para Willeman é necessário persistir em meio às dificuldades e difundir as práticas agroecológicas, apesar dos obstáculos. 

Presente desde a primeira edição da Agroecol, o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), Milton Padovan comenta que já passaram pelo evento mais de 10 mil pessoas, entre estudantes, professores, especialistas e produtores. O crescimento é perceptível, mas Padovan salienta a importância da articulação e de arranjos instituições para a realização da proposta. Um dos autores da Carta Agroecológica que será apresentada ao final do Agroecol, o doutor em Ciência do Solo acredita que resistir é também uma forma de seguir e difundir os benefícios da agroecologia. 

Representantes dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), dos Povos Indígenas (MPI), da Mulher e da Cultura estiveram presentes na abertura oficial, assim como das Universidades Federais de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Grande Dourados (UFGD), da Associação de Produtores Orgânicos de MS (APOMS) e da Embrapa - Unidades Pantanal e Agropecuária Oeste

 

Sobre o evento: 

O Agroecol 2024 acontece de quarta (4) a sexta-feira (6) na UFMS. O evento que está na sua sétima edição traz este ano o tema “Água e Clima: direito à vida” para reforçar a importância da agroecologia como uma alternativa para a sustentabilidade e o fortalecimento das comunidades rurais.
 
A programação contará com conferências, mesas-redondas, oficinas e minicursos, além de integrar uma lista de atividades para o público imergir no universo da agroecologia.

Durante esses três dias, a Agroecol 2024 será um espaço de aprendizado e fortalecimento de laços em prol de um futuro mais sustentável e equilibrado para todos.
 
Realização - O evento é uma realização da UFMS, UFGD,  Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Embrapa e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio da Agraer. É uma promoção da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e conta com apoio do MDA, MPI, Ministério da Educação (MEC), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS), Cooperativa de Trabalho em Desenvolvimento Rural e Agronegócio (Coopaer), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), Instituto Pantanal Sul, Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários, Programa Nacional dos Comitês de Cultura de Mato Grosso do Sul (PNCC) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Dalízia Aguiar (MTb 28/03/14/MS)
Embrapa Gado de Corte

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