16/12/24 |

Uso do trigo para produção de etanol é tema de capacitação com cooperativas do Brasil

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Photo: Márcia Cristina de Faria

Márcia Cristina de Faria - Grupo da Embrapa e OCB

Grupo da Embrapa e OCB

A Embrapa Agroenergia recebeu, no dia 3/12, um grupo de 25 técnicos ligados à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), parte do encerramento da capacitação “Embrapa e Sistema OCB em trigo tropical”, promovida pela Embrapa Trigo ao longo de 2024.

Em Brasília, a equipe participou de um encontro que discutiu a possibilidade de utilizar o trigo para a produção de etanol, no contexto da transição energética, que incluiu a visita à Embrapa Agroenergia. O grupo foi recebido pelo Chefe-Geral Alexandre Alonso, que falou sobre o crescimento do movimento de utilização de grãos e cereais como matérias-primas para a produção de biocombustíveis. “Embora tenha iniciado há poucos anos, o movimento de produção de etanol a partir de cereais já alcança uma relevância significativa. Esse crescimento abre a oportunidade de conectar a expansão da produção de trigo com as agendas de segurança alimentar e energética, criando novas possibilidades de negócios para produtores e cooperativas”, ressaltou Alonso.

Para Bruno Laviola, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, o encontro foi um momento importante para debater com os técnicos cooperados sobre as oportunidades e desafios para o trigo tropical no contexto bioenergia. “O uso do trigo para a produção de etanol tem despertado interesse de usinas no Brasil. Vale ressaltar que a transição energética é um desafio global e urgente, demandando a substituição de fontes fósseis por alternativas renováveis. Esse movimento é fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas”, explicou.

Giovani Faé, Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, contou que o treinamento com as cooperativas é realizado há dez anos e este é o primeiro ano com foco no trigo tropical. “Estamos encerrando o treinamento na Embrapa Agroenergia porque o trigo tem uma cadeia bem diversa. Recentemente, está surgindo um mercado de etanol amiláceo e trazer esse grupo das cooperativas para a Embrapa Agroenergia para entender todas as oportunidades é extremamente relevante para conseguirmos, cada vez mais, gerar valor, viabilizar essa cultura para o produtor ter mais liquidez e extrair todo o ganho ambiental que o trigo traz no sistema de produção”, disse Faé.

A produção de etanol, com ênfase no uso de grãos e cereais de inverno como matéria-prima, foi um dos temas abordados durante o encontro, incluindo as oportunidades e desafios relacionados ao controle de micotoxinas durante o processo produtivo. Esses assuntos foram apresentados aos técnicos em palestras conduzidas pelos pesquisadores Maurício Lopes e Félix Siqueira.

Luan Pivatto, do departamento técnico da Cooperativa Cooperalfa, achou interessante as informações sobre a produção de bioenergia por meio de biomassa: “Várias informações que eu não tinha conhecimento, como a produção de biomassa através de bambu, foram muito interessantes. Essa agenda de aumento de etanol no combustível fortalece toda a cadeia de produção de cereais. Nossa macrorregião pertence ao Cerrado e a evolução do trigo tropical passa por esse treinamento que a gente está fazendo. Está sendo muito produtivo”, avaliou.

Possibilidades de parcerias

O evento também foi importante na perspectiva de gerar, por parte das cooperativas, interesse em algumas das linhas de pesquisa da Embrapa Agroenergia. Juliana Evangelista, Chefe de Transferência de Tecnologia, falou sobre os modelos tradicionais de parcerias e cooperação por meio de financiamento. Juliana explicou que a Embrapa Agroenergia tem duas iniciativas importantes: a primeira é o “Portas Abertas”, na qual os laboratórios podem receber empresas e utilizar a infraestrutura da Unidade, e a outra é o credenciamento da Embrapa Agroenergia junto à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), empresa federal que pode fazer aporte financeiro nos projetos para a inovação industrial.

Segundo o modelo de fomento, os recursos Embrapii podem ser utilizados para custear 1/3 do valor de cada projeto em parceria com empresas. A indústria parceira fica responsável por financiar mais 1/3 do montante e a Embrapa completa o terço restante, que corresponde a infraestrutura e pessoal.

O encontro finalizou com uma visita guiada aos laboratórios e áreas experimentais da Embrapa Agroenergia, conduzida pelo supervisor do Setor de Gestão de Laboratórios Felipe Carvalho.

Márcia Cristina de Faria (MTb 24.056/SP)
Embrapa Agroenergia

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