Representante no Brasil da Organização internacional visita Pelotas e programa plataforma de pesquisa para o Cone Sul. A Embrapa Clima Temperado será ponto de referência em tecnologias sustentáveis para agricultura e combate à fome. Uma das mais importantes agendas para o ano de 2016 se concretizou nesta terça-feira (16/02) na Embrapa. A unidade em Pelotas/RS, Embrapa Clima Temperado, apresentou sua carteira de projetos de pesquisa agropecuária em suas três bases físicas - Sede, Estação Experimental Terras Baixas (ETB) e Estação Experimental de Cascata(EEC), que compõem a infraestrutura de apoio a pesquisa, desenvolvimento e inovação da Unidade - além de realizar visitas às áreas experimentais e laboratórios, que contemplam as cadeias produtivas e os diversos temas estratégicos de atuação ao representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO no Brasil, Alan Bojanic. O diretor-executivo de Transferência de Tecnologia (TT) da Empresa, Waldyr Stumpf Júnior, e o chefe do Departamento de Transferência de Tecnologia(DTT), Fernando do Amaral Pereira, estiveram junto à comitiva de trabalho composta por chefes, assessores e equipe da unidade local. A FAO é o principal órgão das instituições internacionais para o combate à fome no mundo. A programação foi densa e considerada pelo visitante como estratégica para conhecimento e melhor articulação e integração entre a Embrapa e a FAO. Pela manhã foi feita a apresentação pelo chefe-geral, Clenio Pillon, da infraestrutura e da agenda de atuação Unidade de pesquisas com ênfase aos grandes temas: da Agroecologia, Agroenergia, Desenvolvimento de Novos Insumos, Produtos de Agregação de Valor, Biodiversidade, Ordenamento Territorial, Mudanças Climáticas e Manejo Integrado de Pragas. À tarde, o grupo conheceu a área da Estação Experimental de Cascata - EEC, a qual deverá ser um ponto de referência para a Organização internacional no desenvolvimento de tecnologias agrosustentáveis e voltadas ao pequeno agricultor. E no final do dia, percorreram a área da Estação Experimental Terras Baixas-ETB, no Capão do Leão/RS. Os espaços visitados evidenciaram os trabalhos de sistemas agroflorestais, quintais orgânicos de frutas, fruticultura, apicultura, hortaliças, agregação de valor aos produtos, novos insumos, energias alternativas, sistema de produção de leite e forrageiras, grãos e leguminosas e controle biológico de pragas. A Unidade de pesquisas conduz cerca de 42 projetos de pesquisa e investe mais de dez milhões de reais ao ano em Ciência e Tecnologia. Na concepção do representante da FAO, a Embrapa Clima Temperado oferece um espaço à geração de tecnologias com a grande ênfase à sustentabilidade. " É impressionante a experiência e o conhecimento gerado pela Unidade. Vejo um momento de grande oportunidade de cooperação no Sul-Sul, articulado pela FAO, onde será possível a capacitação de projetos dentro da Organização, a realização de plataformas de boas práticas agropecuárias e sociais, publicações conjuntas e a efetivação de cursos à distância", disse Alan Bojanic. "Temos todas as possibilidades de incorporar os processos tecnológicos desenvolvidos pela Embrapa, nacionalmente e também internacionalmente, para estreitar relações institucionais com parceiros e para convergir em agendas comuns com a FAO. Essa seria uma forma organizada de articulação e de fortalecimento", comentou o diretor-executivo, Waldyr Stumpf. O chefe-geral Clenio Pillon destacou ainda a contribuição da Unidade, na geração de tecnologias, não somente tecnológicas, mas sociais, como a organização e a governança, que são formas inovadoras de interlocução com a sociedade. "As experiências que temos com o Forum da Agricultura Familiar, com o Arranjo Produtivo Local - APL Alimentos e a atuação nos territórios são estratégias inovadoreas de transferência de tecnologias", destacou. O encontro encerrou com o encaminhamento de um plano de trabalho mínimo, que contemple uma agenda de cursos em boas práticas agrosustentáveis para compor uma plataforma de cooperação Sul-Sul, onde as tecnologias desenvolvidas pela Unidade servirão de referência às atividades. O primeiro momento será de atendimento aos países que possuam demandas, e posteriormente, a etapa seguinte, será de planejamento de ações junto ao grupo de países classificados de menor renda, segundo a FAO. A comitiva de trabalho foi formada pelos chefes Clenio Pillon (geral), Jair Nachtigal (pesquisa), José Dias Vianna Filho (administração); os assessores das chefias, os pesquisadores Adilson Bamberg e Ana Paula Afonso (ETB), José Ernani Schwengber(EEC) e Leonardo Dutra(Sede); o presidente do Núcleo de Apoio a Programação e das Relações Internacionais, pesquisador Luis Eduardo Antunes; o consultor e ex-pesquisador Laercio Nunes; e os analistas Andrea Noronha (Núcleo de Transferência de Tecnologias), Cintia Franco (Núcleo de Comunicação Organizacional) e Daniel Aquini (Setor de Inovação e Gestão da Propriedade Intelectual e coordenador do APL Alimentos). Alan Bojanic Alan Bojanic já trabalha com uma dezena de centros de pesquisa da Embrapa. Ele é engenheiro agronômo, extensionista e pesquisador. Possui doutorado em economia ambiental e é chefe do escritório da FAO no Brasil. Há 11 anos atua na Organização, tendo experiência como representante nos escritórios da Costa Rica e do Chile. Ele trabalha articulado ao diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano, ex-ministro do governo Lula, responsável por criar o programa Fome Zero no Brasil. José Graziano está à frente da Organização desde 2011 e segue até 2019.