12/03/25 |   Research, Development and Innovation  Technology Transfer

Três Marias avança na produção sustentável de grãos com foco em colheita, armazenagem e segunda safra

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Photo: Sandra Brito

Sandra Brito -

O II Seminário “Diversificação e Rentabilidade: colheita, armazenagem e estratégias para a segunda safra na região de Três Marias” aconteceu dia 6 de março, na Fazenda Água Boa, em Três Marias, Minas Gerais.

A atividade integrou ações do projeto “Agricultura Tecnificada em Ecossistema de Inovação como Suporte ao Desenvolvimento Territorial na Região de Três Marias-MG”, realizado pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria com a Prefeitura Municipal de Três Marias, com apoio da Emater Minas, da Jecal Agro, do Banco do Brasil, da Associação Comercial e Empresarial e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Três Marias (ACE e CDL), do Sicoob Aracoop e da Agromoderna.

Produtores rurais, estudantes, técnicos extensionistas e profissionais de empresas públicas e privadas tiveram a oportunidade conversar com os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo Marco Aurélio Guerra Pimentel e José Ângelo Nogueira de Menezes Junior, e com o empresário José Leonardo de Oliveira, da Pró Safra e Safra Forte Armazéns Gerais.

Pimentel e Oliveira falaram sobre as estratégias desde a lavoura, na colheita e no manejo pós-colheita de grãos, visando minimizar a presença de contaminantes nos lotes de grãos, especialmente as sementes de plantas daninhas e insetos, otimizar a classificação e a padronização e reduzir as perdas. Enquanto José Ângelo abordou as vantagens do cultivo de feijão-caupi na segunda safra.

“Com o comércio global de grãos, é muito importante que os produtores tenham ciência dos protocolos firmados com os países que são nossos principais importadores, como a China, por exemplo. Nesse sentido, buscamos neste evento apresentar os protocolos fitossanitários vigentes para milho e soja, destacando as espécies quarentenárias, que não podem estar presentes nos lotes de grãos, sob pena de causar embargos de cargas e prejudicar os produtores e o país como exportador de grãos“, disse Pimentel.

 “Houve uma boa interação com os produtores presentes, que buscaram tirar as dúvidas sobre as espécies de plantas daninhas proibidas e as espécies de carunchos que também são quarentenárias e não podem estar presentes nos lotes de grãos”, considerou Pimentel.

Para Oliveira a relação do armazém com a produção de grãos é essencial. “O armazém é o último elo da cadeia, o que recebe os grãos. Além da pesquisa e do trabalho dos agrônomos, existe essa área muito relevante que trata da comercialização, da padronização e da limpeza da soja”, disse.

“Hoje orientamos para que a soja seja colhida com um pouco de umidade porque é muito mais interessante e economicamente viável do que esperar o grão secar na lavoura. Damos todo o suporte ao produtor nesse segmento. Temos uma unidade de armazenamento montada em Martinho Campos e abrimos outra em São José da Lagoa (Curvelo). Queremos fazer parcerias e somar forças junto com a Embrapa e com os produtores rurais para desmistificar as questões referentes à armazenagem e fortalecer os laços para a produção de grãos nessa região”, pontuou Oliveira.

“O feijão-caupi e outras leguminosas de grãos secos (chamadas de pulses), como o feijão-mungo, são oportunidades para o cultivo de segunda safra em Minas Gerais. São plantas com boa tolerância à seca, boa fixação biológica de nitrogênio e permitem a colheita mecanizada. Essas culturas são boas opções para agricultores familiares e pequenos, médios e grandes produtores. Os grãos do feijão-caupi podem ser comercializados para atender à demanda do mercado interno, sobretudo da região Nordeste e, também, o mercado internacional com a exportação para diversos países”, disse Menezes.

 

Produção de grãos com sustentabilidade

 “Pensar globalmente e atuar localmente para administrar sistemas de produção com alternativas sustentáveis para armazenagem, comercialização e ocupação do solo na segunda safra, na região de Três Marias, é imprescindível”, disse o líder do projeto, Sinval Lopes, engenheiro-agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo. “Neste sentido, iniciar uma agricultura inteligente que seja capaz de maximizar resultados e aumentar a sustentabilidade do setor agrícola na região é prioridade no Projeto de cooperação técnica entre Embrapa e Prefeitura Municipal de Três Marias”, completou.

“Precisamos das tecnologias para ter uma boa produtividade. E esse conhecimento precisa chegar no tempo certo ao homem do campo, ao produtor rural. Na nossa regional temos, aproximadamente, 62 mil hectares de soja, e a produtividade vem aumentando. A missão da Embrapa e da Emater é articular para fazer que a pesquisa seja transferida e promova o desenvolvimento rural para incentivar os produtores e seus sucessores”, disse o supervisor Marco Aurélio Simões Pimenta, da Emater de Curvelo.

O prefeito Danilo Rezende comentou sobre a evolução da produção de grãos no município de Três Marias. “A parceria público-privada com o agro é fundamental. E Três Marias tem passado por uma revolução no que se refere ao agronegócio. Áreas de plantio de soja se multiplicando a cada ano. E cabe ao poder público, no meu caso, como prefeito, fomentar o agro. Ou seja, oferecer parcerias que possam potencializar. Inclusive providenciamos a manutenção das estradas para escoar a produção. E tudo que envolve essas questões eu considero como um grande investimento e nunca gastos”, disse Rezende.

Na Fazenda Água Boa, Alzair Farias cultiva soja no sequeiro há três anos e considera que para ter bons resultados é preciso estar atendo à janela do plantio, principalmente observando as adversidades do meio ambiente e do clima. “Cada ano é um desafio diferente e temos que estar preparados, pois são fatores que não conseguimos controlar. Sabemos que as chuvas aqui não são muitas. Mas o índice pluviométrico é satisfatório para o cultivo de soja. Então, além de fazer um bom manejo, é preciso saber aproveitar a chuva que cai, ou seja, plantar na época certa e dar uma boa condição à lavoura”, disse Farias.

A Jecal Agro, uma das idealizadoras do projeto, reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento regional. “Desde sua fundação, a empresa tem atuado como um catalisador do progresso agropecuário, conectando produtos, serviços e assistência técnica aos produtores. O clima pode ser imprevisível, mas o sucesso na lavoura não precisa ser. Anos desafiadores como este separam os produtores que têm estratégia e boa assessoria daqueles que provavelmente não conseguirão se manter na atividade. Mitigar estresses climáticos não é questão de sorte, mas de planejamento bem feito desde o início da safra.", destacou Heberth Passos, agrônomo e diretor comercial da Jecal.

Sandra Brito (MTb 06230/MG)
Embrapa Milho e Sorgo

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