Cultivares biofortificadas de batata-doce e feijão-caupi serão apresentadas, pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, durante a Dinapec 2025, que acontece de 24 a 26 de março, na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS). A Rede BioFORT, responsável pela biofortificação de alimentos no Brasil, é coordenada pela Embrapa e tem como finalidade diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar e nutricional com foco no melhoramento de alimentos básicos como: arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce, milho, abóbora e trigo para aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente. “Através da apresentação desses materiais na vitrine de produtos biofortificados, o objetivo é iniciarmos uma estruturação de ações para que os produtores de Mato Grosso do Sul possam adotar e produzir essas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa”, explica o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, André Dutra, que vai participar da solenidade de abertura da Dinapec e do Fórum Pré-COP 30, dia 24, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. Segundo ele, a Dinapec é um ótimo evento para a Embrapa mostrar suas tecnologias para o setor produtivo, além de buscar parcerias de cooperações técnicas com instituições públicas e privadas para a divulgação e adoção dessas tecnologias. Sobre as cultivares CIP BRS Nuti: cultivar de batata-doce biofortificada, de polpa de coloração alaranjada, com alto teor de betacaroteno, que oferece opção de alimento funcional para suprir carências de vitamina A. Foi desenvolvida pela Embrapa Hortaliças em parceria com o Centro Internacional da Batata (CIP), de Lima, Peru. Em diferentes regiões onde foi testada, a produtividade média da cultivar foi de 40,5 t/ha, sendo mais que o dobro que a média nacional de 14,5 t/ha. As raízes têm formato elíptico alongado e podem ser consumidas cozidas, além de ter potencial para uso industrial (chips, farinha, etc). A CIP BRS Nuti apresenta casca rosa e polpa alaranjada com boa estabilidade de produção. O ciclo varia de 150 a 180 dias, dependendo da região, sendo indicada para aquelas com altitudes que variem de 13 a mais de 1.000 metros, com plantio o ano todo nas regiões recomendadas, exceto plantio no inverno na região Sul. As recomendações técnicas da cultivar indicam que ela é exigente em calor, tolerante a baixas temperaturas e sensível a geadas. Em regiões mais frias, deve ser cultivada preferencialmente nos meses de altas temperaturas, que favorece o crescimento das raízes. A CIP BRS Nuti apresenta resistência aos nematoides Meloidogyne javanica, M. incognita e M. enterolobbi. Feijão-caupi BRS Tumucumaque: cultivar de feijão-caupi com teores elevados de ferro e zinco, desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte em parceria com outras Unidades da Embrapa, que apresenta ampla adaptação, ciclo precoce, arquitetura de planta moderna e grãos com grande aceitação comercial. Produção de grãos secos e grãos verdes (vagem roxa). De acordo com o analista da Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Leandro Leão, a BRS Tumucumaque é indicada para cultivo por agricultores familiares e empresariais, em regime de sequeiro e irrigado. A população recomendada é de 200 mil plantas por hectare, em ambos os sistemas de cultivo. Recomenda-se fazer a análise de fertilidade do solo e realizar a aplicação de fertilizantes de acordo com as recomendações técnicas. “A participação na Dinapec tem por finalidade, também, buscar uma aproximação com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) para divulgação dos materiais e difusão no estado do Mato Grosso do Sul”, finaliza Leandro.