24/03/25 |   Technology Transfer

Começa entrega de sementes no Programa de Forrageiras para agricultura familiar do RS

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Photo: Henrique Adrighi

Henrique Adrighi - Previsão é entregar 500 toneladas de sementes para forragens de outono/inverno

Previsão é entregar 500 toneladas de sementes para forragens de outono/inverno

Meta é atingir mais de 100 mil hectares com espécies de outono/inverno

O mês de março marca o período de implantação de espécies forrageiras de outono/inverno no Rio Grande do Sul. Para garantir a oferta de alimento numa das épocas mais críticas para a agropecuária gaúcha, uma equipe do Programa de Sementes e Mudas Forrageiras corre para entregar aproximadamente 500 toneladas de sementes a produtores de 90 municípios. As entregas contam com um encontro para o posicionamento técnico visando o melhor uso das tecnologias.

O programa de fomento à aquisição de sementes na agricultura familiar, desenvolvido pelo Governo do Rio Grande do Sul, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural, já contava com capim sudão, sorgo e milheto no verão, aveia preta e azevém no inverno. A parceria com a Embrapa Trigo permitiu disponibilizar também sementes de trigo, triticale e cevada, ampliando o número de espécies forrageiras utilizadas nas pequenas propriedades voltadas à produção de leite e carne.

Com o aumento do interesse dos produtores, os recursos públicos destinados ao programa duplicaram no último ano, chegando a R$ 22,1 milhões em 2025, com previsão de alcançar 18,6 mil famílias beneficiadas em 185 municípios gaúchos. Somente com o uso de forrageiras de outono/inverno, a meta é atingir 100 mil hectares. O Programa de Sementes e Mudas Forrageiras é uma das ações da Embrapa dentro do Recupera Rural RS, um plano de ações que visa o enfrentamento da agropecuária gaúcha às mudanças climáticas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Cristiano Tomasi, da Embrapa Trigo, esse período de troca de estação é o momento mais crítico para o abastecimento dos rebanhos na Região Sul. Conhecido como “vazio forrageiro outonal”, o período de março a junho é quando o pasto de verão começa a envelhecer e as pastagens de inverno ainda estão sendo implantadas. A escassez de forragens se deve tanto a redução do espaço para a pecuária no verão, com maior uso das áreas para o cultivo da soja, quanto devido ao ciclo de crescimento das espécies forrageiras.

Em geral, a maioria das pastagens disponíveis na Região Sul é composta por espécies de crescimento na estação quente, quando florescem, frutificam e maturam, chegando ao final do verão com estrutura fibrosa, plantas com mais colmos do que folhas, que perdem drasticamente o valor nutritivo. Por outro lado, a antecipação da semeadura de espécies de inverno, semeadas logo após a colheita de verão, pode acelerar a oferta de pasto ou mesmo otimizar o uso das áreas para a produção de alimento conservado em forma de feno ou silagem com cereais de inverno.

“Apesar do resultado satisfatório com o milho para silagem, sabemos que muitos produtores destinaram as áreas de verão para a soja e dependem de alternativas para reduzir os custos na alimentação dos animais. Assim, quanto mais rápido as forrageiras forem semeadas, mais cedo teremos oferta de pasto de qualidade no campo”, conta Cristiano.

Contudo, Jonas Wesz, coordenador do Programa de Sementes e Mudas Forrageiras, lembra que não basta as sementes chegarem ao produtor, é preciso fazer uma “entrega técnica”, na qual os produtores recebem orientações sobre implantação e manejo das cultivares adquiridas. “Queremos que o produtor consiga explorar ao máximo o potencial de rendimento de forragem que as espécies permitem. Muitos já estavam acostumados com o uso da aveia e do azevém, mas a inclusão de novas espécies exige novos aprendizados que precisam estar integrados ao planejamento forrageiro da propriedade”, explica Jonas.

Entre as estratégias de transferência de tecnologias, visando o melhor uso das forrageiras, está a implantação de 12 Unidades de Referência Tecnológica (URT), uma por região administrativa da Emater/RS-Ascar, que servirão de base para visitas técnicas e dias de campo voltados à demonstração do manejo das cultivares entregues pelo programa. As unidades estão sendo instaladas em propriedades rurais e parceiros do programa.

Em cada URT, ao longo do outono/inverno, estarão expostas duas cultivares de triticale (BRS Saturno e BRS Zênite), duas cultivares de trigo (BRS Tarumaxi e BRS Pastoreio), duas cultivares de cevada (BRS Entressafras e BRS Korbel) e uma cultivar de aveia (BRS Tropeira). Para o engenheiro agrônomo Douglas Velho, do SDR, as URTs deverão servir tanto para a qualificação dos produtores, como para o nivelamento dos técnicos envolvidos no programa: “As Unidades serão base para troca de informações, mostrando na prática como responder dúvidas na busca pelo melhor acompanhamento dos produtores que acessam o programa”.

 

Adoção rápida no campo

Em Júlio de Castilhos, noroeste do RS, cerca de 170 produtores se inscreveram para acessar de sementes pelo programa. Os pedidos totalizam mais de 60 mil quilos de sementes, incluindo trigo, triticale, cevada, trevos, aveia preta, aveia branca e azevém, além de mudas de tífton. “Organizamos estratégias para promover a rápida adoção desses novos materiais, como o evento de lançamento do programa, no qual apresentamos orientações técnicas e experiências anteriores com essas forrageiras, destacando a importância do programa para incentivar o uso de materiais mais produtivos”, conta o extensionista da Emater/RS-Ascar Leandro Ebert. Segundo ele, no município, o investimento total ultrapassa R$ 280 mil, demonstrando o interesse do produtor nas condições facilitadas, como subsídios de até R$ 2 mil por CPF, bônus de adimplência de 50% e pagamento apenas em 2026.

Próximo a capital do Estado, na região centro-leste, está o município de Nova Hartz, onde o produtor Emerson Brunner planeja iniciar a semeadura do trigo nesta semana, com previsão de fazer o primeiro pastejo em meados de abril. Na avaliação do produtor, o uso do trigo no inverno reflete em melhores resultados no milho que virá na sequência: “Utilizando o trigo forrageiro no inverno, calculamos uma produção quase 30% maior na silagem de milho. Além de cobrir o solo no inverno, garantindo umidade e matéria orgânica, a adubação do trigo fica para o milho no verão”, explica Emerson. Ele destaca, ainda, que na relação custo-benefício o trigo tem mostrado mais vantagens do que a aveia: “Além de oferecer um pasto com mais proteínas, o trigo também deixa uma boa palhada que, junto com a resteva do milho, ajuda a melhorar o solo”.

 

 

Saiba mais sobre o Programa de Sementes e Mudas Forrageiras Forrageiras no site https://www.sdr.rs.gov.br/sementes-forrageiras

Colaboração:

Taline Schneider, Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

Júlia Soares, Ascom SDR

Henrique Adrighi, Prefeitura Municipal Nova Hartz

Joseani M. Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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