Indígenas Ianomami buscam soluções na Embrapa para segurança alimentar
Indígenas Ianomami buscam soluções na Embrapa para segurança alimentar
Adquirir conhecimentos técnicos sobre produção de alimentos para superar os desafios que suas comunidades enfrentam. Esse foi o principal objetivo da visita de um grupo de indígenas do território Ianomami à Embrapa Meio-Norte, na semana passada. A equipe técnica da Empresa compartilhou conhecimentos sobre criação de galinhas e outras tecnologias.
De acordo com o técnico agrícola da Embrapa Roraima, Ozélio Izidório Messias, que também é indígena e acompanha o grupo, há uma dificuldade de contato e de trabalho com os povos que vivem nesse território porque é uma área onde se chega apenas de avião. Mas, com os problemas causados pelo garimpo (doenças, contaminação dos rios e dificuldade de caçar) há uma crescente demanda pela produção de proteína animal, por isso a necessidade de adquirir conhecimentos técnicos sobre produção de galinhas e peixes. Messias destaca também a importância de trazer esses jovens porque são eles que vão garantir a continuidade das atividades nas comunidades.
Além da capacitação sobre criação e alimentação de galinhas, o grupo conheceu o aprisco, o meliponário (onde se criam abelhas sem ferrão) e o Sisteminha, uma tecnologia social que visa a produção de alimentos em pequenas áreas, como quintais, combinando criação de peixes, aves e produção de hortaliças.
Para o indígena Ronaldo Levo Xirixana, da comunidade Baixo Mucajaí, a capacitação foi importante para ele entender como criar galinhas e ensinar para as outras pessoas de lá. Essa também é a intenção de Hércules Tiririca, da comunidade Surucucu. “É a primeira vez que estou participando e estou achando bom para aprender nova forma de criar galinhas, peixes e explicar para meu parentes”, conclui.
O engenheiro de pesca Valdemir de Oliveira, da Embrapa Meio-Norte, afirma que houve uma troca de experiências entre a equipe da Embrapa e os indígenas, principalmente devido à realidade deles, que é muito diferente. “A gente procurou, de forma participativa, propor soluções dentro da medida do possível para que eles adaptem à realidade deles”.
Um dos maiores desafios é a existência de predadores. “Eles moram na floresta e as aves costumam sofrer ataques de predadores. Tiveram uma experiência não exitosa com aves especializadas em postura, em produção de carne. Abordamos com eles a necessidade de valorizar galinhas localmente adaptadas, que já existem no território”, explica Oliveira.
Adriana Brandão (MTb 01067/CE)
Embrapa Meio-Norte
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