Estratégias de intensificação do uso de pastagens como adubação e irrigação podem ser usadas com o intuito de se encurtar o período necessário para recuperação dos piquetes sob manejo rotativo, e assim aumentar a produtividade. No pastejo de lotação rotacionada, a definição dos períodos de descanso e pastejo dos piquetes, além determinar o número de piquetes, exerce grande influência sobre a quantidade e qualidade da forragem produzida. O resíduo pós-pastejo, determinado pelo período de pastejo e pela densidade de lotação, exerce grande influência sobre a recuperação da forrageira e também sobre a produção acumulada para o pastejo seguinte, no que diz respeito a quantidade, qualidade e estrutura. O intuito é maximizar a produção de folhas, garantir boa eficiência de uso da forragem e evitar o alongamento dos colmos e o acúmulo de material senescente. A duração do período de descanso pode ser definida segundo alguns critérios, como por exemplo, estabilização das reservas orgânicas, obtenção da máxima taxa média de crescimento. Outro critério que tem grande relação com a produção é a interceptação da radiação incidente, que tende a se estabilizar em torno de 95%. Em capim-elefante, estes estudos são escassos, principalmente quando se trata da associação dos fatores produtivos, estruturais e qualitativos em reposta a frequência e intensidade de desfolha determinados segundo critérios morfofisiológicos. O objetivo deste estudo foi avaliar, nas estações seca e chuvosa, características produtivas e o valor nutritivo de dois clones de capim-elefante-anão submetidos a diferentes estratégias de manejo. O estudo foi desenvolvido num esquema fatorial 2 × 2 × 3 sendo, dois clones, o BRS Kurumi e o CNPGL 94-34-3, duas alturas de resíduo, 25 e 45 cm, e três freqüências de corte, estabelecidas com base na interceptação luminosa (IL) de 90, 95 e 100%. Foram avaliadas características produtivas como massa de forragem total e de folhas, características estruturais como altura do dossel, relação folha-colmo, intervalo médio entre cortes, além dos teores de PB, FDN, FDA e da DIVMS da forragem colhida. Ambos os clones apresentaram alta produção de forragem. Maior massa de forragem colhida por corte ocorre sob resíduo de 25 cm, que na estação chuvosa foi de 3,7 e 3,2 t/ha, respectivamente para os resíduos de 25 e 45 cm. O BRS Kurumi apresenta menor intervalo entre cortes com menor produção de forragem por cortes, mas maior dentro das estações. Este clone também apresenta maior relação folha-colmo e maiores teores de PB e menores teores de FDN com consequente maior coeficiente de DIVMS em relação ao CNPGL 94-34-3. O aumento da IL incrementa a massa de forragem colhida por corte, reduz a relação folha-colmo e aumenta a altura do dossel e os teores de FDN, porém reduz o número de cortes. Na estação chuvosa e sob adubação o intervalo entre desfolhas deve considerar uma IL entre 90 e 95% o que acontece, com 19 dias ou 77 cm para o BRS Kurumi e com 37 dias ou 111 cm para o clone CNPGL 94-34-3.