O presente projeto de pesquisa visa a obtenção de informações sobre o uso madeireiro, energético e de mercado de créditos de carbono de cinco essências florestais exóticas e nativas em plantios experimentais homogêneos e sistemas consorciados em dois municípios no Estado do Pará. Além disso, como informações adicionais, são incluídas atividades que permitam novas recomendações sobre adubação, propagação e aspectos fitossanitários das espécies consideradas, ações estas distribuídas em oito planos de ação. As espécies utilizadas são "paricá" ( Schizolobium amazonicum Huber ex. Ducke, Fabaceae, nativa), "taxi-branco" ( Sclerolobium paniculatum Vogel, Fabaceae, nativa), "teca" ( Tectona grandis L. f., Verbenaceae, exótica), "acácia australiana" ( Acacia mangium Willd, Fabaceae, exótica) e "mogno-africano ( Khaya ivorensis A. Chev., Meliaceae, exótica). O projeto é resultante de um contrato de cooperação entre a Embrapa Amazônia Oriental, a Carbon Positive Gerenciamento de Projetos Brasil Ltda. (CPGPB), e produtores rurais, onde a Embrapa Amazônia Oriental contribui com a parte técnica, a CPGPB com o aporte financeiro, e os produtores com a terra para plantio e prestação de serviços. A CPGPB planeja um reflorestamento em grande escala (160.000 hectares) no Brasil com base no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto e, para tal, quer realizar uma pesquisa florestal a fim de determinar as melhores espécies e modelos florestais antes de implantar a área total a ser reflorestada. Os testes silviculturais enfocam os seguintes aspectos técnicos: (1) comparação do potencial de crescimento e taxas de sobrevivência das espécies nativas e exóticas avaliadas, levando-se em consideração seu potencial de seqüestro de carbono conforme Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto; (2) comparação de respostas das espécies estudadas a diferentes níveis de adubação, em termos de sobrevivência e incremento (altura, diâmetro e volume); e (3) comparação de respostas das espécies estudadas a diferentes espaçamentos para identificar o ideal para cada espécie em plantio puro ou em consórcio, visando potencializar incremento e sobrevivência. Os resultados previstos permitirão nortear a escolha dos primeiros modelos e espécies a serem plantados no projeto de reflorestamento de grande escala num período de três anos, o que será alcançado através da comparação dos primeiros dados obtidos com o conhecimento existente a fim de desenvolver projeções para o desempenho de diferentes espécies e modelos. O projeto prevê o plantio e monitoramento dos modelos propostos durante três anos. A CPGPB financiará os primeiros três anos do projeto e poderá continuar a fazê-lo por mais 10 anos, também com o suporte técnico da Embrapa Amazônia Oriental, com novas linhas de pesquisa envolvendo as mesmas e/ou novas espécies.