Manejo de capim-elefante de diferentes tipos morfológicos com base na interceptação da radiação incidente
Manejo de capim-elefante de diferentes tipos morfológicos com base na interceptação da radiação incidente
Para exploração animal a pasto, é fundamental a compreensão das respostas morfofisiológicas das plantas e animais às condições de meio e de manejo, para que se possa produzir de forma eficiente. Tal recomendação se torna mais importante à medida que se intensifica a exploração a pasto. No Brasil, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, há o predomínio de utilização de espécies forrageiras tropicais, caracterizadas por alta produção de matéria seca. Porém, problemas como a estacionalidade da produção e o comprometimento da estrutura do pasto determinado pelo rápido alongamento de colmo e acúmulo de material senescente, afetam diretamente a utilização da pastagem e, consequentemente, o desempenho e a produtividade animal. Dentre as gramíneas usadas em sistemas intensivos tem-se o capim-elefante ( Pennisetum purpureum), que além de apresentar alto potencial de produção de forragem, também se destaca pelo valor nutritivo de sua forragem. Contudo, a utilização das cultivares tradicionais desta espécie sob pastejo é dificultada pelo rápido alongamento do colmo que leva à perda de eficiência na utilização da forragem e à necessidade de roçadas frequentes. A Embrapa Gado de Leite coordena desde 1992 o programa de Melhoramento do capim-elefante buscando, dentre outros aspectos, uma cultivar de porte baixo adaptado ao pastejo. A literatura ressalta a importância de se avaliar o desempenho de novos materiais em condições próximas ou iguais às que serão submetidos na prática. Assim, foram avaliados dois clones de capim-elefante anão selecionados pelo programa de melhoramento da Embrapa Gado de Leite (CNPGL 92-198-7 e CNPGL 00-1-3) submetidos à lotação intermitente com dois resíduos pós-pastejo (30 e 50 cm) e dois intervalos de desfolha. O critério para entrada dos animais no piquete (intervalo de desfolha) foi baseado na interceptação de 90 ou 95% da radiação incidente pelo dossel forrageiro. Estimou-se: o período de rebrotação em cada tratamento, a produção de forragem, a estrutura do pasto, o valor nutritivo da forragem, a perda de forragem, a eficiência de uso do pasto e o comportamento animal em pastejo. O clone CNPGL 00-1-3 mostrou-se pouco adaptado ao pastejo, apresentando maior altura do pasto em pré-pastejo (para ambas combinações de frequência e resíduo), lenta rebrota, menor relação folha-colmo e como consequência menor valor nutritivo da forragem. Estes resultados embasaram a retirada desse clone do processo de seleção. Já o clone CNPGL 92-198-7 apresentou maior taxa de acúmulo diário de forragem, alta velocidade de rebrotação, com período de descanso médio necessário para alcance da condição de pastejo de 22 dias, alta participação de folhas na forragem produzida, e alta digestibilidade da forragem com alto teor proteico. Os dados gerados por esse projeto foram determinantes para definição do manejo do clone CNPGL 92-187-7 que veio a ser lançado em 2012 como a cultivar BRS Kurumi de capim-elefante de porte baixo. Para manejo sob lotação rotacionada recomenda-se altura do pasto para colocação dos animais no piquete de 80 cm e retirada com altura média de 35-40 cm.
Ecossistema: Floresta Atlântica, Região dos Cerrados
Situação: concluído Data de Início: Sat Mar 01 00:00:00 GMT-03:00 2008 Data de Finalização: Thu Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2011
Unidade Lider: Embrapa Gado de Leite
Líder de projeto: Carlos Augusto de Miranda Gomide
Contato: carlos.gomide@embrapa.br