As doenças parasitárias são consideradas um dos principais fatores limitantes à produção animal em todo o mundo e, embora raramente associadas à alta mortalidade, determinam um expressivo impacto econômico devido à redução da produtividade e aumentos dos custos de controle. A infestação pela mosca-dos-chifres se mostra como fator limitante para a rentabilidade da pecuária em todo o mundo. As condições climáticas predominantes na maior parte do Brasil contribuem para aumentar a intensidade e o período de parasitismo, causando prejuízos significativos à cadeia produtiva da bovinocultura brasileira. O controle da mosca-dos-chifres é historicamente dependente do uso de produtos químicos inseticidas. O uso constante destes medicamentos tem levado à seleção de populações resistentes a diversos grupos químicos, o que dificulta o controle das populações deste parasita. O manejo adequado e a adoção de estratégias de controle baseados na caracterização da resistência a inseticidas são fundamentais para reduzir a dependência às bases químicas e auxiliar no manejo das populações da mosca-dos-chifres. Mutações genéticas têm sido associadas à capacidade de vários parasitas sobreviverem aos tratamentos com bases pesticidas. Na maioria dos casos, a sobrevivência de insetos que resistiram ao tratamento com um determinado inseticida é desencadeado pela sobrevivência de indivíduos geneticamente resistentes, os quais rapidamente irão dispersar estes alelos na população, aumentado a frequência de indivíduos heterozigotos e homozigotos resistentes, uma vez que a mosca-dos-chifres tem curto período de desenvolvimento biológico. A utilização de provas moleculares capazes de identificar genotipicamente a resistência aos inseticidas piretróides, através da identificação de mutações no gene do canal de sódio responsável pelo efeito kdr e super-kdr nas populações de H. irritans e, mutações pontuais na estrutura do gene que codifica a AchE responsáveis pela resistência a inseticidas organofosforados, mostram-se como importantes ferramentas para o estudo epidemiológicos da resistência a inseticidas na espécie, fundamentais para quantificar os fatores de risco para o aparecimento e a fixação da resistência a inseticidas em populações da mosca-dos-chifres. A demanda por avanços metodológicos e recomendações práticas relacionadas ao controle das populações da mosca-dos-chifres torna necessária a busca e geração de informações e tecnologias que permitam acompanhar a crescente complexidade da cadeia produtiva da bovinocultura, sendo este projeto um esforço multi-institucional para oferecer informações e opções tecnológicas viáveis de controle para este importante ectoparasita de bovinos em Rondônia, as quais sejam adequadas ao produtor rural e que também possam trazer ganhos de produtividade e de qualidade dos produtos advindos da bovinocultura do estado.