A Embrapa iniciou na década de 1980 um programa de melhoramento genético visando desenvolver híbridos interespecíficos (HIE) entre o caiaué, Elaeis oleifera (Kunth) Cortés, e o dendezeiro, Elaeis guineensis Jacq.. Inicialmente, foram instalados experimentos para avaliar a capacidade de combinação entre diferentes origens de caiaué e de dendezeiro africano, sendo avaliada a produção e o crescimento das plantas e, posteriormente, realizados diversos plantios em áreas com incidência da anomalia conhecida como amarelecimento fatal (AF), utilizando as combinações de melhor desempenho (Cunha et al. 2005). No Brasil, todos os HIE avaliados demonstraram-se resistentes em áreas de incidência do AF, onde os plantios de dendezeiro foram totalmente dizimados pela anomalia. A partir de então, plantios em escala comercial foram iniciados para validação dos materiais selecionados, sendo que, atualmente, existem no Estado do Pará aproximadamente dois mil hectares de HIE em áreas de alta incidência do AF. Os resultados obtidos indicaram ser o HIE entre acessos da origem Manicoré com acessos africanos originados de La Me o de melhor desempenho, resultando no desenvolvimento e recomendação para cultivo em áreas de incidência do AF a cultivar BRS Manicoré. A Embrapa Amazônia Ocidental mantém um importante banco de germoplasma de dendezeiro e caiaué no Campo Experimental do Rio Urubu, sendo, atualmente, a única empresa pública brasileira detentora de matrizes com programa de melhoramento genético a produzir sementes comerciais germinadas de dendezeiro e BRS Manicoré para o mercado nacional e, também, já tendo feito exportações para países como Colômbia, Equador e Guatemala. Mesmo assim, ainda existe demanda a ser atendida e, desta forma, faz-se necessário desenvolver ou adaptar processos que permitam avaliar, monitorar e implementar procedimentos com foco em pontos que podem interferir na quantidade e qualidade das sementes germinadas produzidas pela Embrapa. Para produção de sementes da Embrapa Amazônia Ocidental, a polinização controlada é executada e acredita-se que a garantia de polinização e fecundação adequada das inflorescências femininas pode vir a ser pelo estabelecimento de ciclos de polinização, pela quantidade correta de pólen por inflorescência feminina e pela adaptação ou desenvolvimento de método rápido para a avaliação da viabilidade e germinação dos polens utilizados. Em suma, considerando-se os avanços marcantes alcançados na área de melhoramento genético do dendê e do BRS Manicoré, esforços devem também ser concentrados na melhoria do atual sistema de produção e germinação de sementes. Vale ressaltar também que toda a metodologia atualmente aplicada para a produção de sementes de BRS Manicoré foi estabelecida com base na metodologia para o dendê, não existindo até o momento nenhum trabalho específico para sementes de BRS Manicoré. Nesse contexto, o projeto buscou diagnosticar os principais fatores que podem afetar a qualidade e quantidade de sementes e desenvolver metodologia específica da Embrapa para a produção de sementes comerciais de BRS Manicoré.