A mudança do clima causada por atividades antrópicas é uma realidade que pode afetar a produção agrícola, sendo portanto um fenômeno que deve ser considerado em decisões estratégicas. Ao mesmo tempo em que é afetada, a agropecuária é vista como um dos principais causadores do aquecimento global devido às mudanças no uso da terra, principalmente devido ao desmatamento através de queimadas e o manejo não conservacionista do solo, que pode provocar a degradação das terras e mais emissões de gases de efeito estufa. A compreensão das dinâmicas sociais e econômicas referentes aos sistemas de produção e manejo, relevantes nos processos de acumulação ou sequestro de carbono e emissão de gases de efeito estufa, é extremamente importante para o desenvolvimento de políticas e estratégias adequadas, aplicáveis e inovadoras que visem à sustentabilidade socioeconômica e ambiental. Esses conhecimentos são essenciais para a investigação e a previsão de cenários futuros e também para o planejamento de políticas públicas para o incentivo à adoção de práticas mitigadoras do aquecimento global. O projeto Fluxus Socioeconomia integra a rede de pesquisa Fluxus, que visa analisar os sistemas de produção de grãos e seus impactos sobre as mudanças climáticas. Seu objetivo é realizar a avaliação econômica de tecnologias e políticas para mitigação de emissões de gases de efeito estufa em sistemas de produção de grãos em quatro biomas brasileiros - Pampa, Floresta Atlântica, Cerrados e Amazônia - considerando os sistemas de produção de arroz, feijão, milho, trigo, soja e feijão caupi. Entre os principais resultados do projeto está a avaliação econômica, caracterização, tipificação e espacialização dos principais sistemas de produção de grãos, além da formulação e implementação de modelos matemáticos. Os resultados têm como meta oferecer embasamento para políticas públicas para o setor por meio de estratégias efetivas e de baixo custo, acessíveis tanto para a agricultura empresarial quanto para a agricultura familiar.