A produção de eucalipto na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, na região Sudeste do Brasil, vem tornando-se uma importante alternativa para pequenos e médios agricultores que visam fornecer matéria-prima às empresas do setor de papel e celulose. O padrão de uso e cobertura das terras na região do Vale do Paraíba vem sendo alterado, e a eucaliptocultura vem ganhando cada vez mais espaço sobre outros agroecossistemas, especialmente as pastagens. O projeto GeoVale propõe uma avaliação técnico-científica da mudança de uso e cobertura das terras, verificada ao longo do tempo, e das alterações ambientais decorrentes nessa que é uma das principais regiões econômicas do País e uma das bacias paulistas com maior concentração de eucalipto. Além de mapear a dinâmica da eucaliptocultura, o projeto analisa fatores como a biodiversidade, o balanço de carbono, a taxa de erosão do solo e os sistemas de manejo, e busca elucidar e aprofundar o conhecimento dos impactos ambientais e socioeconômicos dessa cultura. Ao ocupar áreas anteriormente usadas para pastagens, principalmente aquelas degradadas, tornou-se importante uma melhor compreensão ecológica das plantações de eucalipto, em especial da sua influência na regeneração arbórea natural, na promoção de habitats favoráveis à fauna silvestre, na melhoria da temperatura e na fixação ou menor liberação de carbono para a atmosfera. São interesses principais do projeto caracterizar a dinâmica espaçotemporal do uso e da cobertura da terra por meio da aplicação de geotecnologias e verificar as alterações ambientais ao longo do tempo, levando em conta a espacialização dos valores dos fluxos da evapotranspiração, da ocupação de áreas protegidas por lei, dos balanços de carbono, da erosão do solo e dos impactos na biodiversidade da fauna e flora.