A pecuária de corte é por muitos apontada como uma das principais causas do desmatamento do bioma amazônico –
decorrência do processo tradicional de exploração, com derrubada e queima da floresta primária, uso das áreas até o esgotamento das reservas naturais de nutrientes, consequente degradação da pastagem, seguida do abandono e migração para abertura de novas áreas de floresta, reiniciando o ciclo. Em decorrência desse processo, atualmente, grande parte das pastagens da região se encontra degradada ou em processo de degradação. Uma alternativa a esse processo são os sistemas integrados entre agricultura e pecuária, que têm sido propostos como forma de estabelecer sistemas mais sustentáveis, viabilizando a manutenção da pecuária nas áreas já consolidadas e diminuindo a pressão para abertura de novas áreas. Os sistemas integrados, por outro lado, intensificam a produção animal e geram maior necessidade de alimentos. Forrageiras anuais de ciclo curto como o milheto e o sorgo são alternativas para aumentar a oferta de alimento de alta qualidade no período mais crítico do ano, a época em que ocorre deficiência hídrica, e para incorporar áreas usadas para agricultura que poderiam ficar ociosas ao processo produtivo. Neste contexto, o projeto buscou avaliar a produtividade de forragem, a qualidade alimentar, o potencial de acúmulo de massa vegetal para cobertura morta e o impacto na fertilidade do solo, de milheto e sorgo, para pastejo, na entressafra, em áreas de plantio direto. As cultivares foram manejadas sob dois esquemas de rotação de cultura em sistemas integrados de agricultura e pecuária, em áreas de terra firme no Amazonas. Com o estudo, espera-se identificar e quantificar novas alternativas alimentares para os rebanhos, e de rotação de culturas para a região amazônica, diminuindo o impacto ambiental da pecuária e agricultura e aumentando a sustentabilidade dos sistemas de produção na maior região geográfica do Brasil.