A mastite, doença que afeta rebanhos leiteiros em todo mundo e que causa grandes perdas econômicas ao setor lácteo brasileiro, tem a bactéria Staphylococcus aureus como um dos principais agentes etiológicos. S. aureus é um patógeno contagioso, que pode ser isolado de infecções clínicas, mas é mais frequentemente associado às mastites subclínica e crônica, com elevação da contagem de células somáticas (CCS) no leite. Esse patógeno possui diversos fatores de virulência, importantes na relação bactéria-hospedeiro e na patogenia da doença. Devido ao papel preponderante que os componentes de superfície de S. aureus têm no estabelecimento e na colonização das glândulas mamárias bovinas, estes fatores de virulência têm sido objeto de estudos relacionados à imunoproteção. Este projeto objetiva caracterizar componentes da superfície de S. aureus isolados de mastite bovina das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil, e avaliar o potencial imunogênico de um nanocarreador desenvolvido a partir de biopolímeros extraídos destas bactérias, conjugado ou não com o domínio D da proteína de ligação à fibrinectina (FnBPA), envolvida na patogênese da mastite estafilocócica. O emprego da nanotecnologia ampliará as possibilidades a serem exploradas na apresentação de antígenos ao sistema imune e na modulação da resposta. Participam da proposta a Embrapa (Agrossilvipastoril, Clima Temperado, Instrumentação Agropecuária, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Rondônia e Tabuleiros Costeiros), as Universidades Federais (Juiz de Fora e Lavras) e as instituições internacionais (Universidade Paris Diderot -Paris 7 - e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina – INTA, Rafaela). As Instituições parceiras colaboram fornecendo bactérias para controle dos testes, soros hiperimunes, avaliação da resposta imune e expertise na extração e nanoencapsulamento de polissacarídeos bacterianos. Espera-se, ao final do projeto, ampliar o conhecimento sobre os principais fatores de virulência de S. aureus envolvidos na mastite bovina no Brasil, o potencial imunogênico dos mesmos, e abrir novas fronteiras em termos de adjuvantes e imunomoduladores nanoestruturados, contribuindo para a redução da contagem de células somáticas e do uso de antibióticos nos rebanhos leiteiros. O conhecimento gerado terá aplicação no controle da mastite e melhoria da qualidade do leite da maioria dos rebanhos leiteiros brasileiros, considerando a disseminação de S. aureus nesses rebanhos.