A espécie de videira mais cultivada no mundo é susceptível à um inseto de solo, impedindo seu cultivo sem o uso de porta-enxertos resistentes. As características de crescimento e fisiologia dos porta-enxertos influenciam o desenvolvimento das copas, sendo que o uso de porta-enxertos com raízes longas e de crescimento rápido faz com que as copas recebam uma grande quantidade de água e nutrientes, favorecendo o desenvolvimento vegetativo e prejudicando a floração e a frutificação. As uvas obtidas de plantas enxertadas em porta-enxertos muito vigorosos não acumulam compostos de cor, sabor e aroma. Atualmente, são utilizadas técnicas complexas de manejo e de controle de água disponível para reduzir o vigor dos porta-enxertos, aumentando os custos de produção e o uso de agroquímicos. Na natureza, as plantas que possuem genomas múltiplos nas células crescem de forma mais lenta, devido ao maior tempo necessário para a replicação do conteúdo aumentado de DNA no núcleo. Em videira, esses materiais apresentam raízes mais curtas e espessas, reduzindo a área de contato das raízes com o solo, diminuindo a taxa de absorção de água e nutrientes e seu transporte para as copas, fornecendo, assim, uma alternativa genética às técnicas dispendiosas de manejo. Nessa linha, esse projeto tem como objetivo a aplicação de técnicas de biotecnologia, por cultivo in vitro, para o aumento da quantidade de DNA no núcleo das células de porta-enxertos de videira, buscando-se reduzir sua velocidade de crescimento pela diminuição da área do sistema radicular. O emprego de abordagens biotecnológicas permitirá, de forma muito mais rápida do que por métodos tradicionais, e sem alterar as demais características de interesse dos porta-enxertos, a geração de novos genótipos de porta-enxertos tradicionalmente utilizados em viticultura e/ou desenvolvidos pelo programa de melhoramento da Embrapa Uva e Vinho.