Estratégias de aplicação da adubação nitrogenada em gramíneas forrageiras tropicais
Estratégias de aplicação da adubação nitrogenada em gramíneas forrageiras tropicais
Foto: Gomide, Carlos Augusto de Miranda
O nitrogênio (N) é o nutriente de maior potencial para incrementar a produção de forragem. A eficiência de absorção de nitrogênio pelas plantas está ligada ao suprimento de energia proveniente da fotossíntese. Contudo, práticas recentes de manejo intensivo de pastagens têm preconizado o uso de resíduos pós-pastejo mais baixos; reduzindo a área foliar do dossel. O objetivo deste projeto foi avaliar o efeito do momento de aplicação da adubação nitrogenada associado a diferentes intensidades de desfolhas sobre a produção de forragem e a eficiência de uso de N em três gramíneas tropicais. Foram conduzidos dois experimentos, um em vaso com a nova cultivar de Panicum maximum, BRS Zuri, e outro em parcelas com as gramíneas capim-mombaça ( Panicum maximum), capim-xaraés ( Brachiaria brizantha) e capim-elefante BRS Kurumi (cultivar anã de Pennisetum purupureum). Os momentos de aplicação da adubação foram: logo após a desfolha ou após uma semana de rebrotação. Para o ensaio realizado em vasos as intensidades de desfolha avaliadas foram 15 e 30 cm associadas às doses de N de 0, 20, 40, 60 e 80 mg/dm3. No ensaio em parcelas as intensidades foram de 20 e 40 cm para o capim-mombaça e BRS Kurumi e 15 e 25 cm para o capim-xaraés e a dose de N aplicada foi de 50 kg de N/ha. No ensaio em vasos observou-se que apesar da redução na massa de raízes na primeira semana após o corte, não houve efeito do momento de aplicação do N sobre a produção do BRS Zuri. Maior massa de forragem colhida foi observada sob menor altura de resíduo (15 cm). O aumento na dose de N elevou o número de perfilhos por planta, o teor de clorofila SPAD e a massa de forragem. No ensaio em parcelas, após dois anos de avaliação observou-se que o intervalo médio entre cortes não foi influenciado pelo momento de aplicação da adubação, sendo de 27 dias para o capim-xaraés e 24 dias para os capins mombaça e BRS Kurumi. Em termos produtivos, a taxa de acúmulo de forragem também não foi influenciada pelo momento de aplicação da adubação, mas foi superior sob resíduos mais baixos. A eficiência de uso do N também não foi influenciada pelo momento de aplicação e apresentou maiores valores sob menor resíduo. O teor de proteína bruta (PB) também não foi influenciado pelo momento de aplicação da adubação em nenhuma das gramíneas. Para os capins mombaça e BRS Kurumi observou-se maior teor de PB sob resíduo mais alto (40 cm). Tal fato é explicado pela menor participação de colmos na forragem colhida acima de 40 cm em relação a 20 cm. O capim BRS Kurumi apresentou maior teor proteico e menor teor de fibra em relação aos demais. Em termos práticos, os resultados mostram que existe uma janela de tempo, de até uma semana após a saída do rebanho dos piquetes, para a realização da adubação de cobertura sem prejuízo para a produção de forragem. Assim, é possível agrupar dois ou três piquetes para realização da adubação de cobertura, otimizando a mão-de-obra.
Ecossistema: Floresta Atlântica, Região dos Cerrados
Situação: concluído Data de Início: Fri Aug 01 00:00:00 GMT-03:00 2014 Data de Finalização: Sun Jul 31 00:00:00 GMT-03:00 2016
Unidade Lider: Embrapa Gado de Leite
Líder de projeto: Carlos Augusto de Miranda Gomide
Contato: carlos.gomide@embrapa.br