Do extrativismo à domesticação: transferência de tecnologia social de manejo e plantio de bacurizeiros (Platonia insignis Mart.) para pequenos produtores do Nordeste Paraense e Ilha de Marajó

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O bacurizeiro é uma das poucas espécies arbóreas amazônicas de grande porte que apresenta reprodução sexuada (sementes) e assexuada (brotações oriundas de raízes) (HOMMA et al., 2010b). Dessa forma, nas antigas áreas de ocorrência de bacurizeiros verifica-se o rebrotamento, no qual, mediante o manejo, colocando no espaçamento apropriado, permitiria a sua formação, criando nova alternativa para as áreas degradadas nos Estados do Pará, Maranhão e Piauí. A densidade de bacurizeiros em algumas áreas em início de regeneração chega a alcançar 40 mil plantas/hectare. O crescimento do mercado dessa fruta, atualmente a polpa mais cara (R$ 42,00/kg supermercados), coloca como uma grande oportunidade de incentivar o manejo promovendo a transformação de capoeiras degradadas em bacurizeiros produtivos, ou incentivar plantios, recuperando ecossistemas destruídos e gerando renda e emprego. O manejo consiste em selecionar as brotações mais vigorosas que nascem nos roçados abandonados, deixando no espaçamento de 10m x 10m, podendo fazer culturas anuais nas entrelinhas nos primeiros anos, para reduzir os custos de implantação, e a semeadura de plantas perenes, formando os sistemas agroflorestais (MENEZES et al., 2010; MENEZES et al., 2012). Outra linha de pesquisa refere-se à tentativa de desenvolver um protótipo de despolpadeira, cujas máquinas atualmente utilizadas para a retirada de polpa de cupuaçu, cacau, muruci, taperebá, etc. não servem para o bacuri por provocarem ferimentos no caroço e saída de resina de cor amarelada prejudicando a qualidade da polpa. O setor industrial de máquinas para suco e polpa não tem apresentado interesse no desenvolvimento de despolpadeira para bacuri, dai a necessidade de iniciar pesquisas neste sentido. Outra ação de pesquisa refere-se à instalação de quatro Unidades de Observação nos municípios de Tomé-Açu, Maracanã, Bragança e Salvaterra envolvendo o manejo de bacurizeiros com cultivos anuais e perenes (SAFs) visando proporcionar renda, manter a área limpa e reduzir o custo de implantação e o início da frutificação. Pretende-se com esta proposta dar prosseguimento ao projeto iniciado com o apoio do extinto Fundo Estadual de Apoio a Pesquisa Científica e Tecnológica da antiga Secretaria Especial de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (2004 a 2007) e posteriormente, pelo Banco da Amazônia a partir de 2006 com previsão de encerramento no final do I semestre de 2015. Estes resultados podem ser visualizados pela estimativa de cem produtores, com área total de 50 hectares, no Nordeste Paraense e na Ilha de Marajó, que já estão utilizando às práticas de manejo preconizados pela Embrapa Amazônia Oriental e suas parceiras. Nos últimos seis anos de atuação foram realizados 29 cursos de manejo de bacurizeiros para 815 produtores e técnicos nos municípios de Abaetetuba, Acará, Altamira, Augusto Corrêa, Belém, Bragança, Cachoeira Arari, Curuçá, Irituia, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Portel, Salinópolis, Santarém Novo, São João de Pirabas e Viseu. Os resultados dos cursos de manejo estão mais visíveis nos munícipios de Maracanã, Bragança e Augusto Corrêa, em plantios no munícipio de Tomé-Açu compondo Sistemas Agroflorestais e o interesse pelo plantio nos municípios de Altamira e Marabá fora de ocorrência dessa espécie.

Ecossistema: Amazônico, Meio Norte

Situação: concluído Data de Início: Thu Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2015 Data de Finalização: Wed Jul 31 00:00:00 GMT-03:00 2019

Unidade Lider: Embrapa Amazônia Oriental

Líder de projeto: Alfredo Kingo Oyama Homma

Contato: alfredo.homma@embrapa.br

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