O Projeto GPI (Iniciativa Global de Plantas) é a união de duas outras iniciativas, que foram a Iniciativa de Plantas da África (API) e Iniciativa de Plantas da América Latina (LAPI) e que conta, atualmente, com aproximadamente 190 parceiros do mundo inteiro(http://www.botanischestaatssammlung.de/projects/GPI.html) . O presente projeto trata da proposta formulada pelas equipes dos herbários do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG) e da Embrapa Amazônia Oriental (IAN) para participação na GPI. Os espécimes tipos, que correspondem aos táxons identificados e publicados pela primeira vez, possuem importantes informações que se encontram depositados em herbários distribuídos por todo o globo e que são de suma importância para a comunidade botânica, contudo, de difícil acesso devido às distâncias geográficas entre os diversos herbários. Daí, o objetivo da GPI em integrar dados e imagens de alta resolução dos tipos nomenclaturais para disponibilização na internet, como forma de facilitar o acesso às informações e imagens desse material botânico para subsidiar estudos desenvolvidos pela comunidade científica na área da Botânica. A redução de gastos com empréstimo dessas amostras e a preservação das mesmas, através da redução do seu manuseio, são alguns dos impactos mais esperados com essa ação. O Herbário do Museu Paraense Emilio Goeldi (MG), fundado1895, pelo botânico suíço Jacques Huber é o terceiro mais antigo do Brasil e o mais importante acervo botânico da Amazônia. Contêm 180 mil amostras de plantas desidratadas (exsicatas) registradas, especialmente do grupo das Angiospermas, além de algumas Gimnospermas e Pteridófitas, abrangendo 2.600 tipos nomenclaturais, constituindo-se hoje em uma fonte de consulta imprescindível não só para estudos botânicos básicos (Taxonomia, Morfologia, Anatomia e Palinologia), como também para complementar pesquisas em áreas como Ecologia Vegetal, Botânica Econômica, Fitoquímica, Farmacologia e Agronomia. Deste acervo, fazem parte coleções botânicas históricas importantíssimas, destacando-se isótipos destruídos em Berlim, durante da II Grande Guerra Mundial e várias amostras não menos importantes, coletadas por R. Spruce, A. Ducke, Murça Pires, W. Rodrigues, P. Cavalcante, B. A. Krukoff, G. T. Prance, B. Maguire, Nilo T. Silva, Nélson Rosa, entre outros cientistas/botânicos célebres. As coleções adicionais são: Briófitas (6.000 amostras, sendo 96 Typus), Fungos e Líquens (3.778 amostras), Xiloteca (7.000 amostras de madeira), Carpoteca (2.100 amostras de frutos e sementes), Histoteca (700 lâminas de tecidos vegetais) e Palinoteca (7.200 lâminas de grãos de pólen). O Herbário IAN, atualmente, sob a responsabilidade da Embrapa Amazônia Oriental, foi fundado em 1945 e, desde1996, funciona num prédio de 1.200m2. Possui um acervo de 192 mil exsicatas, Xiloteca com oito mil amostras de madeira, Carpoteca com 700 frutos desidratados e 90 em meio líquido, Fototeca com cerca de 30 mil fotografias que foram adquiridas do Field Museu of Natural History, de Chicago (U.S.A.) e uma coleção de tipos nomenclaturas com cerca de duas mil amostras. Renomados botânicos como A. Ducke, G. Black, Humberto M. Koury, N. Vasconcelos, P.B. Cavalcante, P. Ledoux, Ricardo L. Fróes, dentre outros, depositaram, nesse Herbário, suas coleções. A missão do Herbário IAN é coletar, identificar, catalogar e conservar amostras botânicas da flora amazônica para subsidiar as pesquisas relacionadas à biodiversidade vegetal da região, enfatizando as espécies com potencial econômico.Cerca de 90% das informações e imagens desse acervo compõem um banco de dados construído e frequentemente "alimentado" utilizando-se o sistema BRAHMS, entretanto, essas imagens são de baixa resolução. Atualmente, esse banco de dados encontra-se em processo de checagem e correção das informações digitadas, pois as amostras antigas possuem suas etiquetas manuscritas e, muitas delas, apresentam sérias dificuldades para leitura e compreensão dos dados.