Desenvolvimento de cultivares de amendoim forrageiro para uso em sistemas sustentáveis de produção pecuária (ARACHISFOR)
Desenvolvimento de cultivares de amendoim forrageiro para uso em sistemas sustentáveis de produção pecuária (ARACHISFOR)
Este projeto tem como objetivo desenvolver novas cultivares de amendoim forrageiro para uso em sistemas pecuários, visando contribuir com o aumento da sustentabilidade e da intensificação da produção animal a pasto nos diferentes biomas brasileiros. A migração de sistemas de produção pecuários, que têm a pastagem como a base da alimentação do gado, para arranjos mais sustentáveis e competitivos é uma necessidade na Amazônia e outras regiões onde a competição por terra para a produção de alimentos e biocombustíveis tem se intensificado. A necessidade iminente de redução do desmatamento, associada aos elevados preços da terra e dos insumos agropecuários abrem excelentes perspectivas para melhoria dos sistemas de produção pecuários do ponto de vista ambiental, social e econômico nessas regiões, por meio da adoção de alternativas que permitam elevar a produtividade pecuária com manutenção ou redução das áreas destinadas às pastagens. Essa mudança dos sistemas intensivos de produção deve manter a característica de produção a pasto e esse tipo de arranjo tem como um dos pilares a associação de gramíneas e leguminosas forrageiras bem adaptadas e capazes de fornecer aos animais os nutrientes necessários para a produção de carne ou leite economicamente viável. Casos de sucesso na adoção de leguminosas forrageiras em sistemas de produção pecuários em regiões tropicais de diversos continentes indicam que essa estratégia de produção aumenta a rentabilidade dos sistemas e proporciona benefícios múltiplos para os produtores e para o meio ambiente. No Brasil, o amendoim forrageiro ( Arachis pintoi) é a principal leguminosa herbácea tropical utilizada no consórcio de pastagens e, sem dúvida, a que apresenta maior grau de persistência sob pastejo. Em 2013, somente no estado do Acre a planta já era adotada em 136.700 hectares de pastagens consorciadas, com benefícios econômicos anuais de R$ 64 milhões. A demanda por novas cultivares de amendoim forrageiro é crescente nos estados brasileiros, entretanto, são poucas as cultivares disponíveis no mercado e o elevado preço das sementes, 100% importadas de outros países, limitam a expansão do seu uso. Neste contexto, o projeto busca desenvolver cultivares mais produtivas e com capacidade de adaptação a diferentes condições de clima e solo. As atividades previstas envolvem o lançamento de cultivares propagadas por sementes e por mudas, a obtenção de híbridos de amendoim forrageiro para diferentes ecossistemas e de linhagens por cruzamentos, a classificação de acessos quanto à tolerância relativa ao alagamento do solo, o estabelecimento de uma metodologia para avaliação da tolerância à seca, a caracterização de acessos quanto a resistência à nematoides e vírus, a definição de critérios de seleção para persistência e compatibilidade do amendoim forrageiro com gramíneas, a seleção de genótipos e a validação de cultivares em consórcio para uso em sistemas de produção de carne e leite a pasto. Executado no âmbito do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim Forrageiro, por unidades da Embrapa do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, o projeto conta com a parceria da Associação para Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto). A liberação de cultivares de amendoim forrageiro tem se baseado na seleção de ecotipos encontrados na natureza, não viabilizando a reunião, num mesmo genótipo, de diversas características de interesse agronômico e zootécnico. O projeto é pioneiro em processos de hibridação artificial do amendoim forrageiro para fins de melhoramento genético. Avanços consideráveis poderão ser obtidos por meio da recombinação e seleção de materiais adaptados às diferentes condições edafoclimáticas e que atendam a demandas distintas do mercado consumidor.
Ecossistema: Amazônico, Extremo Sul, Floresta Atlântica, Região dos Cerrados
Situação: concluído Data de Início: Thu Oct 01 00:00:00 GMT-03:00 2015 Data de Finalização: Mon Sep 30 00:00:00 GMT-03:00 2019
Unidade Lider: Embrapa Acre
Líder de projeto: Giselle Mariano Lessa de Assis
Contato: giselle.assis@embrapa.br
Palavras-chave: Arachis pintoi, leguminosa forrageira, tolerância à seca, estresses bióticos, melhoramento genético