Os carotenoides possuem diversas atividades biológicas comprovadas e seus benefícios à saúde despertam o interesse da comunidade científica no mundo inteiro. Alguns são precursores de vitamina A e são utilizados no combate à deficiência de vitamina A, que constitui um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Outras atividades biológicas têm sido atribuídas aos carotenoides, como a redução do risco de doenças degenerativas como câncer de próstata, degeneração macular e catarata. A presença de lipídeos na dieta é fundamental para a absorção dos carotenoides. Portanto, veicular os carotenoides em óleo garante a ingestão concomitante de lipídeo e carotenoides.
A partir dessa demanda foi elaborado um projeto, financiado pela Embrapa, em parceria com a Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO) e com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, com o objetivo de enriquecer óleos vegetais comestíveis com carotenoides obtidos a partir de fontes naturais, utilizando o próprio óleo como veículo de extração. O público alvo da tecnologia são pequenas agroindústrias, devido à facilidade para a obtenção da matéria-prima e por se tratar de um processamento simples, que não demanda alta tecnologia. O consumidor será o beneficiário, uma vez que poderá ter acesso à óleo e/ou azeite enriquecido com carotenoides de fontes naturais, que podem ser utilizados como alimentos ou matéria-prima em substituição ao óleo utilizado no preparo de produtos alimentícios, o que acarretaria incorporação dos carotenoides ao produto final. O enriquecimento dos alimentos com pró-vitamina A visa a prevenção e/ou mitigação do problema de Deficiência de Vitamina A. A adição do licopeno tem como foco a sua importância na prevenção do risco de câncer de próstata e sua ação como potente antioxidante. Ao enriquecer alimentos com luteína e zeaxantina, considera-se sua ação na redução do risco de degeneração macular e catarata, sendo também associada à melhoria da acuidade visual. No caso específico da zeaxantina, deve-se considerar o seu baixo teor, mesmo em alimentos considerados fontes, e a necessidade de se buscar novas fontes na dieta.
Como resultado, espera-se obter os processos agroindustriais “Otimização do processo de secagem das matérias-primas fontes de carotenoides” e “Processo de extração de carotenoides com óleo vegetais”, além de produtos e insumos agroindustriais, que são os azeites de oliva e os óleos de soja enriquecidos com os carotenoides.