Acantocéfalos na criação de tambaqui ( Colossoma macropomum): estratégias para identificação, prevenção e controle.

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Foto: ROSA, Felipe Santos da

O aumento na produção e comercialização de organismos aquáticos no Brasil é uma realidade e em parte decorrente do crescimento da criação de espécies nativas como o tambaqui ( Colossoma macropomum). Esta espécie, criada em praticamente todo país, apresenta bons resultados em cultivo, alcançando 2,62 kg de peso e produção de 18.530 kg/ha após 10 meses de engorda em tanques escavados com emprego de altas densidades de estocagem. Entretanto, em razão da intensificação dos sistemas produtivos sobressaltam entraves relacionados à ocorrência de doenças parasitárias, principalmente por acantocéfalos, que vêm chamando a atenção dos piscicultores em razão das altas infestações registradas na região Norte do Brasil. No estado do Amazonas o primeiro relato do acantocéfalo Neoechinorhynchus buttnerae no cultivo de tambaqui foi feito em 2001 no município de Itacoatiara, e desde então a área de ocorrência vem aumentando com registro em 2014 de acantocéfalos em pisciculturas que trabalham com engorda de tambaqui, localizadas nos municípios de Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Iranduba, Manacapuru e Presidente Figueiredo. A ocorrência de acantocéfalos em pisciculturas comerciais não se restringe ao estado do Amazonas, há também registros no cultivo de tambaquis no estado de Rondônia e na criação de tambacu ( Colossoma macropomum x Piaractus mesopotamicus), tambatinga ( Colossoma macropomum x Piaractus brachypomus) e pirarucu ( Arapaima gigas) no estado do Amapá. A alta infestação por acantocéfalos é responsável pela oclusão parcial e total do trato intestinal, prejudicando a capacidade de absorção e competindo diretamente com o alimento ingerido. Os peixes têm seu crescimento comprometido pela parasitose e tornam-se mais susceptíveis aos manejos comuns de uma produção aquícola. Em função desta problemática, o presente projeto pretende desenvolver bases técnico-científicas para identificação, prevenção e controle da doença parasitária causada pelo acantocéfalo Neoechinorhynchus buttnerae em cultivos de tambaqui ( Colossoma macropomum). Para isto, estão sendo avaliados: 1) Ciclo de vida do acantocéfalo Neoechinorhynchus buttnerae: a) caracterização morfológica e potencial de viabilidade do ovo de N. buttnerae; b) caracterização das fases de desenvolvimento larval de N. buttnerae no hospedeiro intermediário e definitivo; c) caracterização de aspectos do ciclo de vida do acantocéfalo do tambaqui em campo; 2) Alterações fisiológicas, histopatológicas e imunes da infecção por acantócefalos em tambaquis, e identificação de antígenos para uso em diagnósticos; 3) Medidas de controle para N. buttnerae: a) eficácia “in vitro” dos quimioterápicos e óleos essenciais; b) efeito dos quimioterápicos e óleos essenciais no metabolismo energético dos acantocéfalos; c) segurança clínica e toxicológica de quimioterápicos e óleos essenciais em tambaquis; d) eficácia “in vivo” empregando os melhores resultados obtidos com quimioterápicos e óleos essenciais; 4) Estudo dos resíduos de quimioterápicos e óleos essenciais em tambaquis: a) desenvolvimento de método multirresíduo para determinação de quimioterápicos; b) desenvolvimento de método analítico para determinação de resíduos de óleos essenciais; c) avaliação da disposição dos quimioterápicos e óleos essenciais no plasma de tambaquis, d) depleção dos resíduos de quimioterápicos e óleos essenciais no filé de tambaquis e determinação do período de carência. Essas ações apresentam grande relevância visto que esta parasitose é hoje responsável por um fator silencioso da redução de produtividade e mortalidade de peixes nas criações. Assim, os resultados deste estudo serão uma importante ferramenta para subsidiar o desenvolvimento de um protocolo de manejo sanitário para a prevenção e controle do acantocéfalo Neoechinorhynchus buttnerae no cultivo de tambaquis, o que contribuirá para o fortalecimento e consolidação do pacote de produção desta espécie de peixe que apresenta grande importância econômica em várias regiões do Brasil.

Ecossistema: Amazônico

Situação: concluído Data de Início: Fri Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2016 Data de Finalização: Tue Dec 31 00:00:00 GMT-03:00 2019

Unidade Lider: Embrapa Amazônia Ocidental

Líder de projeto: Edsandra Campos Chagas

Contato: edsandra.chagas@embrapa.br

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