A geomorfologia da região Amazônica se caracteriza por terras baixas e colinas, onde aqui destacamos a Serra dos Carajás, com cerca de 650m de altitude. Além de sua importância mineral, a Serra do Carajás abriga um tipo de geosistema único, conhecido como canga, característico de afloramentos ferrugíneos. A presente proposta visa contribuir com a taxonomia e anatomia botânica das espécies locais, investigando caracteres anatômicos que favoreçam a adaptação da vegetação local neste tipo de ambiente. A degradação local do ambiente de canga é um aspecto inerente à mineração de ferro no Brasil. Para minimizar os impactos ambientais decorrentes da atividade, as áreas degradadas precisam ser recuperadas. A recuperação poderia ser feita mediante construção de solos nos terrenos minerados, tecnologia que tem potencial para acelerar o processo de revegetação pela criação de um meio de enraizamento mais favorável ao crescimento vegetal, mas faltam informações básicas relacionadas ao sistema solo-planta que tornem possível construir um solo a partir de critérios técnicos. Neste projeto, será gerado conhecimento fundamental sobre a relação solo-planta em ambiente de canga em Carajás , incluindo (i) a seleção de solos de referência (i.e., modelos) no entorno de mina de ferro, para subsidiar o desenvolvimento de métodos de construção de solo em terreno minerado , e (ii) a identificação de restrição de acidez e de nutrientes em teores limitantes em terreno minerado para o crescimento de espécies vegetais de canga , com vistas ao estabelecimento de prioridades de pesquisa em calagem e fertilização para revegetação de áreas impactadas pela mineração de ferro. Pretende também Inventariar as espécies de meliponíneos (abelhas sociais nativas) existentes na canga e na vegetação do entorno. Desenvolver tecnologia de etiquetas de identificação eletrônica (RFID) para uso em meliponíneos e utilizá-las para estudos de interação entre as abelhas e o clima, estas etiquetas serão também utilizadas para o monitoramento do desempenho de voo das abelhas quando próximas as atividades de exploração mineral. Outro segmento é o de determinar com o auxílio da automação (RFID- Radio-frequency identification) as relações das abelhas nativas com o meio ambiente e as atividades de manejo, correlacionando as atividades externas de cada indivíduo com as variantes climáticas e coleta de recursos.