A utilização de ambientes protegidos para o cultivo de hortaliças no Brasil teve início na década de 80, mas somente no começo da década de 90 é que essa técnica de produção passou a ser amplamente utilizada. Inicialmente, esse tipo de cultivo era recomendado, principalmente, para superar as dificuldades da produção advindas das adversidades climáticas como o excesso de chuva no verão e as baixas temperaturas no inverno. Dessa forma, foi possível a produção de hortaliças como pepino, pimentão e tomate nas entressafras dos cultivos a campo aberto. Atualmente, a técnica vem sendo bastante utilizada por apresentar uma série de vantagens como aumento de produtividade, melhoria na qualidade dos frutos, diminuição na sazonalidade da oferta, melhor aproveitamento dos fatores de produção, principalmente adubos, defensivos e água, além de um melhor controle sanitário. A produção de sementes nesse sistema permite a obtenção de sementes de melhor qualidade, tanto fisiológica como sanitária. Entretanto, esse sistema ainda representa muito pouco frente ao potencial de crescimento dessa atividade, tanto em termos de regiões exploradas no país quanto a culturas envolvidas, bem como a fatores de produção de sementes de hortaliças, que ainda necessitam de informações tecnológicas que possam contribuir para o sucesso da produção e, consequentemente, para a expansão e melhoria do nível tecnológico da produção desse importante insumo no país. Assim, é necessária a realização de pesquisas que tenham um caráter multidisciplinar, determinando assim tecnologias para produção de sementes de alta qualidade fisiológica e sanitária em cultivo protegido. Serão realizadas pesquisas comparativas entre os sistemas de cultivos levando em consideração fatores que estão envolvidos com a produção de sementes, como temperatura, luminosidade, radiação fotossintética, evapotranspiração, polinização e maturação de sementes, nutrição das plantas e o controle de pragas e doenças. Espera-se assim, com este projeto, aumentar a competência científica e tecnológica de modo a ampliar a competitividade dos sistemas de produção de sementes em cultivo protegido. As espécies escolhidas como modelo para o desenvolvimento da pesquisa foram alface, melão e tomate. Entretanto, os resultados obtidos poderão ser utilizados em alguns aspectos da tecnologia de produção de sementes de outras hortaliças.