No Nordeste do Brasil, a demanda por madeira está relacionada à lenha, carvão e madeira em toras, obtidas de desmatamento de florestas nativas, de forma extrativista. Inexistem plantios comerciais com espécies nativas e os existentes são com eucaliptos, para papel e celulose. São necessários estudos sobre os recursos genéticos, cultivo, manejo, propagação e qualidade da madeira para espécies nativas. Estudos para selecionar espécies arbóreas não tradicionalmente utilizadas para a fabricação de móveis, conduzidos em Acaraú (CE), para atender à demanda do setor moveleiro do Arranjo Produtivo Local de Marco (APL), a maior do Estado e oitavo do país, têm sinalizado que as espécies nativas são promissoras e suportam períodos de seca, condição fundamental ao sucesso do cultivo de espécies florestais na região. Nesses estudos foram selecionadas as espécies Angico (Anadenanthera colubrina), densidade 0,84 a 1,10 g.cm-³; Pau-d’arco-roxo (Handroanthus impetignosa), densidade 0,90 a 1,07 g.cm-³; Marupá (Simarouba amara), densidade 0,35 a 0,55 g.cm-³ e Sobrasil (Colubrina glandulosa), densidade 0,80 a 1,00 g.cm-³, sendo todas essas espécies usadas para madeira serradas ou roliças, para energia, como apículas, reflorestamento para recuperação ambiental, medicinal, paisagismo, construção civil, movelaria, entre outros usos. O projeto tem por objetivo geral selecionar espécies e matrizes e definir parâmetros técnicos para sistema de produção de espécies florestais nativas para produção de madeira para móveis e energia no estado do Ceará. Os impactos esperados com a execução do projeto são a recomendação de espécies para produção de madeira para móveis e energia adaptadas às condições edafoclimáticas do Ceará, a identificação de espécies nativas para produção de madeira no Ceará, o aumento da produtividade de madeira, bem como a promoção de melhorias na forma, qualidade do fuste e sanidade das diferentes espécies nativas a serem plantadas.