O mosaico comum, doença viral cujos efeitos negativos na produção de trigo têm se tornado mais frequentes em várias regiões tritícolas do sul do Brasil, pode reduzir em 50% a produtividade se cultivares suscetíveis forem semeadas em áreas com inóculo e em condições favoráveis de ambiente. No Brasil, o mosaico comum é atribuído ao Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV) e, também, ao Wheat spindle streak virus (WSSMV), ambos transmitidos por Polymyxa graminis, plasmodioforomiceto habitante do solo. O objetivo deste projeto é determinar a variabilidade genético-molecular da população viral e a eficiência de estratégias genéticas, químicas e culturais para o manejo adequado do mosaico comum do trigo. Para atingir esse objetivo, esta pesquisa aborda este patossistema sob dois aspectos: variabilidade da população viral e seus efeitos na resistência de cultivares de trigo; e eficácia e eficiência de práticas de manejo na redução da doença.

Como estratégia de ação, o projeto foi estruturado de forma multi-institucional, combinando empresas de pesquisa pública e privadas (que respondem por mais de 90% do mercado de cultivares de trigo no Brasil), fundações de pesquisa ligadas a cooperativas e universidades. O sequenciamento e análise da variabilidade da população viral estão sendo realizados na UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), com apoio da Embrapa Uva e Vinho e Embrapa Informática Agropecuária, com base na técnica Next Generation Sequencing (NGS). A caracterização fenotípica, análise da população viral e avaliação das práticas de manejo está sendo executada em rede de ensaios de campo nas regiões tritícolas do Sul do Brasil, executados por Embrapa Trigo, Biotrigo Genética, CCGL Tecnologia, OR Melhoramento de Sementes e Fundação ABC.