O agronegócio ervateiro é uma atividade de grande importância ambiental e socioeconômica no Sul do Brasil, constituindo na principal alternativa econômica para muitos municípios e na fonte de emprego e renda no meio rural. Entretanto, os sistemas de produção de erva-mate no Brasil têm pouco aporte tecnológico em comparação com outras culturas. Observa-se que o desempenho dos ervais comerciais está muito abaixo dos ervais experimentais: a produtividade média nacional de ervais plantados em 2016 foi de 8 t/há, enquanto que em áreas de pesquisa esse valor tem sido superior a 18 t/ha, chegando a um máximo de 35 t/ha. Aspectos como qualidade genética, proteção vegetal, nutrição, época de plantio e/ou colheitas, por exemplo, são pouco levados em conta pelos produtores, causando degradação gradual dos ervais comerciais e a redução de sua produtividade. Esta hipótese foi confirmada em 2012, em uma prospecção de demandas realizada junto a produtores, técnicos e industriais da erva-mate. A partir de 2013, iniciaram-se diversas ações de transferência de tecnologia em erva-mate. Houve a organização das tecnologias em um sistema de produção, o Erva 20. Além disso, foram desenvolvidos softwares para auxílio no diagnóstico de ervais plantados para cálculo da adubação; e para análise econômica de ervais. Entretanto, a escassez de recursos limita a inserção desses ativos e tecnologias no setor ervateiro. Assim, este projeto objetiva estabelecer ações de TT para disponibilização e inserção de tecnologias do Sistema Erva 20, e prospectar fatores limitantes à inovação no setor ervateiro. Este sistema foi concebido a partir da organização de tecnologias e práticas de manejo desenvolvidas pela Embrapa Florestas e parceiros ao longo de sua trajetória de pesquisa com erva mate plantada. O projeto terá uma etapa focada na divulgação e transferência do Sistema Erva 20, bem como dos softwares Manejo-Matte, Aduba-Matte e Planin-Matte, ferramentas auxiliares nas tomadas de decisão no sistema de produção de erva-mate. O público-alvo dessas ações serão agentes multiplicadores atuantes no mercado de trabalho, bem como multiplicadores em formação de nível técnico e/ou superior. Em uma outra etapa, serão realizados estudos socioeconômicos, com metodologias inovadoras para identificar os fatores que afetam a adoção tecnológica pelos produtores rurais; e os impactos relativos que algumas tecnologias do Erva 20 causam nos plantios. Com estas informações, será estabelecida uma estratégia de inserção de inovação mais regionalizada, visando atender as diferenças entre os produtores de diferentes polos ervateiros. Serão estabelecidas parcerias institucionais para realização de capacitações de multiplicadores e da participação na formação de multiplicadores, uma inovação na TT de erva-mate. Ainda, serão instaladas Unidades de Referência Tecnológica onde o Erva 20 será implantado e acompanhado. Os principais resultados do projeto serão a inserção do Sistema Erva 20 como uma referência de boas práticas no setor ervateiro; a inserção dos softwares como ferramentas de tomada de decisão; e a elaboração de uma estratégia de TT regionalizada, a ser aplicada posteriormente.