Capacitação Continuada de Técnicos Multiplicadores em Sistemas Agroflorestais no Estado de Mato Grosso
Capacitação Continuada de Técnicos Multiplicadores em Sistemas Agroflorestais no Estado de Mato Grosso
Passados mais de cinquenta anos de implementação e consolidação do pacote tecnológico da Revolução Verde, constituindo modelos de produção, os problemas de abastecimento não foram resolvidos a ponto de justificar os investimentos necessários à sua implementação. A degradação do solo, da capacidade produtiva e do meio ambiente, aliada ao êxodo rural, são consequências desses modelos que agravam ainda mais os problemas sociais (FRANCO, 2000). Desde então, práticas agrícolas menos agressivas ao ambiente vêm sendo experimentadas e adotadas, principalmente na Europa, em atendimento à emergente demanda por alimentos saudáveis e livres de resíduos tóxicos. Repensar o agroecossistema, segundo ALTIERI (1995) requer, além da conservação dos recursos renováveis, a adaptação da cultura ao ambiente, e a manutenção de um alto nível de sustentabilidade da produtividade, duas funções fundamentais: 1) biodiversidade de microorganismos, plantas e animais e 2) ciclagem biológica de nutrientes. A pressão de ocupação gerada por migrantes de diferentes regiões do Brasil revela que muitas "novas fronteiras" agrícolas e pecuárias, como a existente no norte do Mato Grosso, possuem elevados índices de pobreza e até escassez de recursos naturais. Na maioria dos casos, os proprietários seguem a tradicional forma de uso do solo: extração da madeira (seletiva ou não) seguida pela “roça e queima” para conversão em áreas de agricultura e de pecuária, em sua maioria com baixa adoção de tecnologia e manejada de forma monocultural e extensiva. Essa forma de uso da terra, na maioria dos casos, resulta na degradação do solo, inviabilizando a produção agrícola e pecuária, tendo como reflexo a conversão de novas áreas para a atividade. Neste contexto, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e suas variações têm se mostrado uma ferramenta importante para a solução do conflito gerado entre conservação dos recursos naturais e produção no meio rural, por aperfeiçoar o uso da terra conciliando a produção florestal e a produção agrícola (ENGEL, 1999). Ademais, torna economicamente possível manter ativo o fluxo cíclico da matéria orgânica, necessário para o desenvolvimento das estruturas físicas e químicas do solo, base comum das inúmeras cadeias complexas da vida de micro e macro-organismos do solo (SIXEL, 2003). Em Mato Grosso existem 188.560 estabelecimentos agrícolas, dos quais 140.201 (74,35%) de estabelecimentos de agricultura familiar. Destes, 50.155 são estabelecimentos de agricultores tradicionais (populações ribeirinhas, quilombolas, extrativistas, retireiros e parceleiros) e 90.046 são assentados da reforma agrária. Esses agricultores familiares têm grande necessidade de assistência técnica capacitada que possibilite o acesso a conhecimentos e tecnologias visando à busca da sua sustentabilidade, em diversas esferas. Diante desse cenário, profissionais capacitados são indispensáveis para dar respostas técnicas adequadas às questões ligadas à produção agropecuária sustentável e à regularização ambiental de propriedades rurais, desde o planejamento de uso e ocupação, com respeito às leis ambientais e preceitos da conservação de ecossistemas, até a recuperação de áreas degradadas (RAD) e o manejo das mesmas com foco em retornos econômicos. O projeto pretende consolidar e fortalecer o conhecimento de técnicos multiplicadores sobre Sistemas Agroflorestais através da ampliação da oferta de agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) com expertise em SAFs. Esta ampliação gerará condições favoráveis ao aumento da produtividade de SAFs já estabelecidos, consequentemente aumentando a renda destes agricultores. Estas experiências consolidadas vão contribuir com a transferência de tecnologias agroflorestais ampliando o acesso de novos agricultores às tecnologias relacionadas aos SAFs.
Situação: concluído Data de Início: Tue Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2019 Data de Finalização: Sun Feb 28 00:00:00 GMT-03:00 2021
Unidade Lider: Embrapa Agrossilvipastoril
Líder de projeto: Diego Barbosa Alves Antonio
Contato: diego.antonio@embrapa.br