O Território da Cidadania Zona Sul do Rio Grande do Sul está inserido no Bioma Pampa, na Encosta e Serra do Sudeste (extremo sul do estado), onde encontram-se os remanescentes mais austrais da Floresta Estacional Semidecidual. Esta formação florestal, assim como outras de vegetação nativa típicas desta região (vegetação savanoide, campos neutrais da Planície Costeira, etc.), encontra-se extremamente pressionada pela ação do homem. Além disso, grande parte dos remanescentes de vegetação nativa, florestal ou campestre estão localizados em unidades de produção agrícola familiar, o que ressalta a importância do modelo de produção familiar na conservação de biodiversidade. A presente proposta tem como principal objetivo construir e articular com técnicos de assistência técnica e extensão rural, professores, estudantes e agricultores familiares do Território Zona Sul do Rio Grande do Sul, um conjunto de estratégias de transferência de tecnologias, comunicação e intercâmbio de conhecimentos voltados ao manejo e restauração da vegetação nativa como forma de geração de renda. Paralelamente deve contribuir para a regularização ambiental das unidades de produção, em acordo com a Lei de Proteção da Vegetação Nativa, popularmente conhecida como "novo Código Florestal". Dentre os eixos estratégicos neste projeto, tem-se a instalação de Unidades de Referência Tecnológica com a participação de várias instituições, tanto municipais, como estaduais e federais, além da rede sócio-técnica existente no Território que inclui Emater/Escritório Regional de Pelotas; Escola Agrícola Familiar de Canguçu; Instituto Federal Sul-rio-grandense; Secretaria Estadual de Meio Ambiente; Secretaria Municipal de Educação de Pelotas; (Foi extinta!!); Instituto Chico Mendes; Universidade Federal do Rio Grande/Campus São Lourenço do Sul; Universidade Federal de Pelotas; Universidade Federal de Santa Maria e Universidade Católica de Pelotas, além das várias organizações de representação da agricultura familiar existentes no Território, organizadas por meio do Fórum da Agricultura Familiar. Espera-se que as ações propostas possam trazer benefícios tanto à conservação e à conectividade dos fragmentos da vegetação nativa, quanto aos agricultores familiares da região, numa tentativa de aproximação dos agentes de fiscalização e controle com os agricultores, promovendo mudanças de paradigmas e de comportamentos, além da valorização do papel das unidades de produção familiares na conservação e no aproveitamento econômico da biodiversidade e serviços ecossistêmicos associados.