Caracterização dos processos de determinação e diferenciação sexual de peixes nativos de importância econômica no Brasil

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Foto: ROSA, Felipe Santos da

Seguindo uma tendência mundial, no Brasil a piscicultura se difundiu e se intensificou, com altos investimentos no aperfeiçoamento das técnicas de cultivo, com o objetivo de melhorar o desempenho produtivo e econômico na criação de peixes. Contudo, a produção atual brasileira de pescado é ainda muito inferior ao imenso potencial do país para a atividade. Neste cenário, a participação de espécies nativas não chega a 50%, apesar de serem peixes de excelente qualidade, alto valor de mercado, larga aceitação pelo consumidor e de fácil cultivo (no continente Asiático, maior produtor de pescado no mundo, por exemplo, 95% dos cultivos é baseado em espécies nativas). Esse fato se deve em grande parte ao baixo conhecimento científico sobre a biologia das espécies nativas brasileiras e, por consequência, falta de tecnologias desenvolvidas especificamente para cada uma delas. A produção de lotes monosexuados de peixes é uma técnica utilizada na produção de várias espécies de corte, quando um gênero apresenta superioridade zootécnica ao outro (crescimento e/ou ganho de peso) e para evitar a reprodução descontrolada nos tanques, que ocasiona lotes desuniformes, alta incidências de brigas e falta de apetite por atividade reprodutiva. O tambaqui (e muito provavelmente seus híbridos) e o jundiá, por exemplo, são espécies nativas brasileiras que apresentam diferença de rendimento zootécnico entre gêneros (machos e femeas). Nesses casos, a criação exclusiva do gênero superior zootecnicamente, aumenta a produção e o rendimento econômico da atividade. Já a sexagem precoce de peixes é uma técnica relativamente nova e utilizada principalmente na formação e reposição de planteis. A identificação do sexo ainda na fase juvenil agrega valor à produção, principalmente na espécies em que a proporção sexual não é 1:1. Ao se esperar o plantel atingir idade adulta (peixes maduros) para a sexagem, o laboratório acarreta prejuízos pela detecção tardia de excesso de um gênero em detrimento do outro. Um importante exemplo dentre nossas espécies é o pirarucu, cuja sexagem visual (praticada atualmente) é tardia e de eficiência inferior a 80%. Tanto para a produção de populações monosexo quanto para a sexagem precoce de peixes, são fundamentais i) a identificação do sistema de determinação sexual (genético ou ambiental) e ii) a caracterização do processo de diferenciação sexual (processo morfológico durante o desenvolvimento dos juvenis). Sem esses conhecimentos da fisiologia, que são espécie-específicos em peixes, o desenvolvimento de tais técnicas não é possível. Não menos importantes são as inferências de biologia da conservação e efeitos de mudanças climáticas que esses conhecimentos poderão subsidiar, servindo de base também para pesquisas de médio e longo prazos. O projeto propõe elucidar os mecanismos de determinação e diferenciação sexual das principais espécies nativas brasileiras e alguns de seus híbridos (de relevante representatividade na economia piscícola nacional). Para o alcance de resultados impactantes em todas as espécies eleitas, a proposta tem uma abordagem multidisciplinar, dividida em cinco Planos de Ação, onde cada um é voltado a uma espécie e seus híbridos, envolvendo atividades de genética, histologia e biologia molecular.Para isso, renomados pesquisadores, de alto mérito científico, de diferentes instituições no Brasil e Estados Unidos compõem o projeto. Ao final, teremos subsídios sólidos para preencher algumas lacunas tecnológicas para a produção de peixes de alto valor comercial. Os resultados permitirão o desenvolvimento de tecnologias como sexagem molecular para seleção precoce, visando a venda – altamente valorizada- de formas jovens sexadas (antes da puberdade), produção de populações monosexo e manejo estratégico de plantel de reprodutores e matrizes, dando suporte imediato a programas de melhoramento genético para estas espécies.

Situação: concluído Data de Início: Tue Jan 01 00:00:00 GMT-03:00 2019 Data de Finalização: Wed Jun 30 00:00:00 GMT-03:00 2021

Unidade Lider: Embrapa Amazônia Ocidental

Líder de projeto: Fernanda Loureiro de Almeida Osullivan

Contato: fernanda.almeida@embrapa.br

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