No Nordeste brasileiro, a demanda por madeira está relacionada à lenha, carvão e madeira em toras, obtidas pelo desmatamento extrativista de florestas nativas. Os plantios comerciais com espécies nativas são inexistentes, e os existentes são com eucaliptos, usados na produção de papel e celulose. São necessários estudos sobre os recursos genéticos, o cultivo e manejo, a propagação e a qualidade da madeira para espécies nativas. Estudos para selecionar espécies arbóreas não tradicionalmente utilizadas para a fabricação de móveis, conduzidos em Acaraú (CE), para atender à demanda do setor moveleiro do Arranjo Produtivo Local de Marco (APL), a maior do Estado e oitavo do país, têm sinalizado que as espécies nativas são promissoras e suportam períodos de seca, condição fundamental ao sucesso do cultivo de espécies florestais na região. Nesses estudos foram selecionadas as espécies Angico (Anadenanthera colubrina), Pau-d’arco-roxo (Handroanthus impetignosa); Marupá (Simarouba amara) e Sobrasil (Colubrina glandulosa), sendo todas essas espécies usadas para madeira serradas ou roliças, para energia, como apículas, reflorestamento para recuperação ambiental, medicinal, paisagismo, construção civil, movelaria, entre outros usos. O projeto tem por objetivo geral selecionar espécies e matrizes e definir parâmetros técnicos para sistema de produção de espécies florestais nativas para produção de madeira para móveis e energia no estado do Ceará. Para a execução das ações de pesquisas e potencialização dos resultados, estarão envolvidas no projeto a Embrapa Agroindústria Tropical e Floresta, UFC, UFERSA, IFCE e Fazenda COPAN. Os impactos esperados com a execução do projeto são a recomendação de espécies, para produção de madeira para móveis e energia, adaptadas às condições edafoclimáticas do Ceará; identificação de espécies nativas para produção de madeira no Ceará; aumento da produtividade de madeira, associada com melhorias na forma, qualidade do fuste e sanidade das diferentes espécies nativas a serem plantadas. Os estudos poderão dar origem às áreas de produção de sementes, resultando no desenvolvimento de técnicas silviculturais sustentáveis e consequente, no aumento da produtividade e geração de renda aos produtores florestais aliados à redução dos riscos da atividade florestal e cumprimento das demandas referentes ao setor de florestas plantadas no Nordeste brasileiro. Além disso, oferecerão a oportunidade de estabelecer a liderança da Embrapa na geração de pesquisas e transferência de tecnologias à seleção e manejo silvicultural de arbóreas nativas de interesse no Nordeste do Brasil e do avanço do conhecimento científico, com possibilidade de treinamento de estudantes, técnicos e produtores rurais.