Sistemas silvipastoris para aumento da produtividade de leite e mitigação das emissões de GEE no sul da Amazônia
Sistemas silvipastoris para aumento da produtividade de leite e mitigação das emissões de GEE no sul da Amazônia
A pecuária leiteira no país é praticada em todos os biomas, consistindo em uma cadeia produtiva importante no Brasil. No estado de Mato Grosso, a atividade figura entre as mais importantes para pequenos e médios produtores, praticada em todos os municípios do estado. A produção de leite em Mato Grosso apresenta desafios, especialmente no norte do estado, caracterizado principalmente pelas altas temperaturas e umidade. Neste sentido, os sistemas silvipastoris (SSPs) para a produção de leite surgem como estratégia para promover aumento de produtividade em relação aos sistemas tradicionais da região. Os SSPs consistem de uma modalidade de sistemas integrados, ILPF, que combinam, em uma mesma área, forrageiras, árvores e animais, possuindo potencialidades que devem ser validadas por meio de estudos para cada especificidade. O conforto térmico aos animais é uma das principais vantagens dos SSPs, o que permite integrar animais de cruzamentos de raças com maior aptidão leiteira, que, de maneira geral, sofrem mais com altas temperaturas por possuírem pelagem mais escura. Além disso, os SSPs possuem um alto potencial de sequestro de carbono, principalmente na biomassa das árvores, por isso são considerados sistemas mitigadores das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Resultados preliminares do ciclo de 2016 a 2019 no experimento ILPF Leite, objeto da presente proposta, indicam que os sistemas integrados promovem benefícios, aumentando a produtividade de leite por unidade animal, principalmente por diminuir o estresse de altas temperaturas registradas em Mato Grosso. Contudo, pesquisas são necessárias visando a avaliação dos efeitos do sombreamento na produtividade de forragem e, consequentemente, na capacidade de suporte do sistema. A presente proposta busca, assim, agregar informações nesta análise, testando e refinando a estratégia ILPF para arranjos e manejos para otimizar ganhos do sistema. Dessa forma, objetiva-se com este trabalho identificar sistemas silvipastoris para o aumento da produtividade e mitigação das emissões de GEE no sul da Amazônia. O estudo será desenvolvido na Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop, MT, em um experimento que teve sua instalação, com plantio de árvores, em 2011, e sofreu intervenções em 2019 de manejo do componente arbóreo com vista em valorizar a madeira do sistema. Nos SSPs serão avaliados 4 tratamentos: 1) renques duplos de eucalipto em uma densidade de 260 árvores/ha plantados nas bordas da pastagem; 2) renques duplos de eucalipto em uma densidade de 130 árvores/ha plantados nas bordas da pastagem; 3) renques triplos de eucalipto espaçados em 15 m em uma densidade de 340 árvores/ha dentro da pastagem; 4) renques simples de eucalipto espaçados em 21 m em uma densidade de 120 árvores/ha dentro da pastagem. O delineamento será de blocos completos ao acaso com quatro repetições. Além disso, tendo em vista que encontrar plantas forrageiras com boa produtividade e adaptadas a SSPs é um grande desafio, a presente proposta testará um material ainda pouco estudado quando submetido a um ambiente com restrições de luz, o capim Ipyporã (Urochloa brizantha x Urochloa ruziziensis), resultados que podem subsidiar também estudos para validação desse híbrido em sistemas de produção de outros biomas e ambientes do país. Ao final, a capacidade de mitigação de GEE dos sistemas será apresentada em kg GEE/kg de leite, o que ajudará a identificar qual sistema emite menos por quilo de leite. Este processo agropecuário será gerado com a validação e ajustes de SSPs adaptados às condições edafoclimáticas do sul da Amazônia que concilie produtividade e mitigação das emissões de GEE.
Situação: concluído Data de Início: Wed Apr 01 00:00:00 GMT-03:00 2020 Data de Finalização: Fri Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2023
Unidade Lider: Embrapa Agrossilvipastoril
Líder de projeto: Alexandre Ferreira do Nascimento
Contato: alexandre.nascimento@embrapa.br