Na pesquisa científica agrária, os Bancos de Germoplasma (BAGs) desempenham um papel fundamental na preservação da biodiversidade das culturas, salvaguardando recursos genéticos valiosos para as gerações presentes e futuras. Um dos mais importantes é o BAG Arroz, que abriga milhares de variedades tradicionais, linhagens, cultivares e parentes silvestres.Embora o foco inicial dos BAGs tenha sido a coleta e o armazenamento de material genético, o desafio atual reside em garantir que esses recursos sejam utilizados de forma eficaz. No caso do BAG Arroz, a baixa taxa de caracterização dos acessos, ou seja, a falta de informações detalhadas sobre suas características, limita seu potencial. Para muitos acessos, apenas dados básicos estão disponíveis, dificultando a identificação de variedades com atributos específicos, como resistência a doenças e pragas.É nesse contexto que surge a necessidade de desenvolver novos protocolos de avaliação e caracterização do germoplasma de arroz. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre cada variedade, revelando suas características únicas e expandindo o leque de aplicações possíveis.Um dos principais desafios nesse processo é a falta de protocolos definidos para avaliar a resistência a estresses emergentes, como a doença do RSNV (Rice Stripe Necrosis Vírus), a cigarrinha sogata e as doenças do colmo (queima e podridão da bainha). Essas doenças representam sérias ameaças à produção de arroz, causando perdas significativas e exigindo alternativas de controle mais eficientes e sustentáveis.A resistência genética surge como uma solução promissora e duradoura, mas para desenvolvê-la, é crucial identificar fontes de resistência em variedades do BAG Arroz e desvendar os mecanismos por trás dessa proteção natural.Neste sentido, a pesquisa científica se dedica a buscar soluções inovadoras para otimizar a caracterização do germoplasma de arroz. Através da combinação de técnicas tradicionais com ferramentas de última geração, como sequenciamento genético e análise de dados, os cientistas buscam identificar genes associados à resistência aos estresses emergentes.O desenvolvimento de novos protocolos de avaliação e caracterização do germoplasma de arroz trará diversos benefícios. Novos conhecimentos serão gerados sobre a diversidade genética do arroz, abrindo caminho para o desenvolvimento de cultivares mais resistentes e adaptadas às demandas da agricultura moderna.Além disso, os novos protocolos serão ferramentas valiosas para Bancos de Germoplasma, programas de melhoramento genético, Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs), universidades e outras instituições que trabalham com pesquisa e desenvolvimento na área do arroz.No futuro, o trabalho incansável dos cientistas se traduzirá no lançamento de novas cultivares de arroz com resistência superior a doenças e pragas, garantindo a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção para as próximas gerações.A pesquisa em Bancos de Germoplasma, como o BAG Arroz, é um investimento no futuro da agricultura e da segurança alimentar. Ao desvendar os segredos da biodiversidade genética do arroz, os cientistas abrem caminho para um futuro mais resiliente e próspero para todos.