Classificação é um requerimento básico e essencial de toda a ciência, necessitando de constante revisão e atualização à medida que o conhecimento avança. E assim também se dá para a Ciência do Solo. Especificamente para o Brasil, sua dimensão continental associada à juvenilidade da Pedologia brasileira e, consequentemente, das pesquisas a ela relacionadas e o atual nível de desconhecimento dos solos do país justificam a inversão de recursos humanos e financeiros para a revisão e atualização da 5ª edição do SiBCS, publicada em 2018. Um projeto desta natureza deveria mesmo fazer parte de um Programa Nacional, dados sua relevância e caráter dinâmico, requerendo ações continuadas para incorporar atualizações à medida que o conhecimento dos solos brasileiros evolui. Em termos de relevância do SiBCS, cujo livro é publicado pela Embrapa, argumenta-se que é um dos mais vendidos da Instituição pela ampla aceitação nacional e constantes revisões a que foi submetido, sendo utilizado em todas as universidades e instituições públicas e privadas de pesquisa e extensão brasileiras afeitas ao tema. A dinamicidade inerente a um sistema taxonômico de solos coaduna com a evolução do conhecimento das inúmeras pesquisas desenvolvidas nos outros campos da Ciência do Solo, como a física, a química e a mineralogia de solos, já que proporciona a base para a identificação e seleção de atributos diagnósticos, apropriados para a adequada classificação dos solos, especialmente para o estabelecimento de limites de classes. E esse será um dos objetivos desta proposta: induzir e realizar pesquisas básicas e inovadoras em química, física e mineralogia de solos, direcionadas à revisão e atualização do SiBCS. Para tal, diversos profissionais de universidades e unidades da Embrapa foram convidados e inseridos nesta proposta a fim de direcionar suas pesquisas (algumas já em andamento) à solução de problemas já prospectados no SiBCS, tanto em métodos analíticos como em gênese e morfologia de solos. Os conhecimentos e conceitos de gênese de solo definem a estrutura de um sistema de classificação, daí sua relevância nesta proposta, concentrando seu estudo em ambientes menos conhecidos no país, como o Pantanal, a Caatinga e a Amazônia. Ao conjunto dessas pesquisas, acrescentam-se a organização de duas Reuniões de Classificação e Correlação de Solos (XIV RCC/Goiás e Tocantins; XV RCC/Amazonas e Pará) e as pesquisas a elas relacionadas. As RCCs, eventos versáteis quanto à diversidade de resultados que entregam à sociedade, são as molas propulsoras de atualizações do SiBCS ao mesmo tempo em que possibilitam sua validação, divulgação, treinamento e qualificação em Pedologia de usuários do SiBCS, extensionistas e, em menor extensão, de agricultores nos locais de estudo. Sua organização é dispendiosa em recursos humanos e financeiros, mas faz jus ao esforço a ela empreendido: congrega os principais pedólogos do país em torno de um objetivo comum, que é o aprimoramento do SiBCS, lançando mão de suas experiências e capacitação únicas em diferentes solos e subáreas da Ciência do Solo. Todos os dados e informações obtidos no projeto serão avaliados, e aqueles considerados pertinentes, redigidos e incorporados ao SiBCS, respeitando a lógica de um sistema taxonômico, culminando com a publicação da 6ª edição do SiBCS, revista e ampliada, seu principal resultado. As pesquisas e ações supracitadas estão estruturadas em duas Soluções para Inovação (SI), que oferecem soluções para os problemas já enunciados, de metodologias analíticas (SI-1), de falta de dados e informações sobre os solos nacionais (SI-2), de viabilização de RCCs (Gestão do Projeto) e de tudo o que elas representam para a Pedologia brasileira. Essas soluções convergem para o pleno alcance do objetivo do projeto: atualizar o SiBCS (SI-2) e divulgá-lo (Gestão do Projeto) por meio da publicação de sua 6ª edição e de uma estratégia de difusão elaborada para o seu melhor entendimento e mais ampla utilização.