O aumento da produção agropecuária traz consigo maior responsabilidade no manejo adequado dos resíduos gerados por estas atividades (dejetos e camas), com a finalidade de preservar a qualidade ambiental, através do tratamento e do reaproveitamento destes resíduos. Além dos resíduos da produção animal, são igualmente importantes e com interesse agronômico os resíduos gerados pela agroindústria da carne, e também os resíduos da produção de outros sistemas agrícolas.

O principal destino dos resíduos de suínos e aves no Brasil é o seu uso agrícola na sua forma original “in natura”, sem transformações. Em geral, o que se observa é o uso muitas vezes sem critérios técnicos que permitam o aproveitamento eficiente dos nutrientes, resultando em grandes perdas, sobretudo do nitrogênio. Além da perda de nutrientes, o uso agrícola de resíduos sem critérios técnicos corretos pode resultar em emissão significativa de gases de efeito estufa, principalmente o óxido nitroso. O uso de resíduos de aves na alimentação animal foi proibido pela legislação brasileira desde 2001, o que aumentou a necessidade de se buscar alternativas para a disposição segura desses resíduos no solo.

Como alternativa para a disposição racional de resíduos orgânicos e aumento na eficiência do uso dos nutrientes contidos nesses resíduos, pode-se citar os fertilizantes organominerais.

Os fertilizantes organominerais, de acordo com legislação em vigor, são formulados líquidos ou sólidos que devem conter concentrações mínimas de macro e micronutrientes de origem orgânica e mineral, além de teor mínimo de carbono orgânico (Brasil, 2009). A parte orgânica pode conter uma diversidade de substratos biológicos, com tendência recente ao aproveitamento e utilização de biomassa e fontes renováveis, provenientes de resíduos reciclados das atividades urbanas, rural e agroindustrial (Oliveira, 2015).

Visando superar esses desafios tecnológicos, a Embrapa lançou em 2012 um fertilizante organomineral granulado, produzido a partir da associação entre cama de aviário e o Monoamônio fosfato. Esse fertilizante apresenta concentração aproximada NPK 05-20-02, teor de matéria orgânica acima de 20% e é produzido na forma granulada. Experimentos de campo apontaram um ligeiro ganho de eficiência no fornecimento de fósforo em relação a fonte MAP isolada e em algumas situações comportamento similar aos fertilizantes minerais, mostrando grande potencial de uso e adoção da tecnologia.

Outra alternativa para disposição adequada de resíduos agropecuários com agregação de valor ao resíduo é a produção de tubetes compostáveis biodegradáveis. Este tipo de tubetes vem sendo desenvolvidos pela Empresa Toco a partir de diferentes resíduos como casca de coco, de mandioca, celulose etc.

Os conceitos de sustentabilidade, indústria ecológica, eco-eficiência e química verde estão guiando o desenvolvimento da próxima geração de materiais, produtos e processos. Os plásticos biodegradáveis e produtos poliméricos baseados em matéria prima renovável devem formar a base para um novo portfólio de desenvolvimento sustentável, com produtos ecoeficientes que podem competir e conquistar os mercados atualmente dominados por produtos baseados exclusivamente no uso do petróleo como matéria-prima (ABDUL KHALIL; BHAT; IREANA YUSRA, 2012).

Estudos prévios demonstraram que os tubetes compostáveis são viáveis técnica e economicamente, mas seriam necessários ajustes na sua composição química, visando o atendimento das exigências nutricionais das mudas em desenvolvimento.