Estratégias baseadas no uso de ultrassonografia Doppler e ressincronização superprecoce após a Inseminação Artificial em Tempo Fixo visando melhoria do desempenho reprodutivo em rebanhos leiteiros
Estratégias baseadas no uso de ultrassonografia Doppler e ressincronização superprecoce após a Inseminação Artificial em Tempo Fixo visando melhoria do desempenho reprodutivo em rebanhos leiteiros
O objetivo geral deste projeto foi desenvolver uma metodologia eficiente para a ressincronização superprecoce de fêmeas não gestantes após a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em gado de leite. Foram estudadas estratégias de ressincronização superprecoce, utilizando o estradiol e progesterona (P4) no 12º dia após a IATF, com adição ou não de Anti-inflamatório não esteroidal (AINE), diagnóstico de gestação precoce com Doppler no 20º dia baseado no fluxo sanguíneo do corpo lúteo (CL), e intervalo entre IATFs de 22 dias. A hipótese central desta pesquisa foi de que a administração de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais no 12º dia após a IATF, concomitante ao tratamento com estradiol e P4 exógenos, minimizaria os potenciais efeitos deletérios destes hormônios sobre a função do CL. O experimento 1, realizado como prova de conceito para determinar os efeitos destes hormônios sobre características morfológicas e funcionais do CL durante o diestro, foi conduzido no Campo Experimental José Henrique Bruschi da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco-MG, com vacas multíparas (n=45), sincronizadas utilizando-se protocolo convencional de sincronização da ovulação para a realização da 1ª IATF. No 12º dia após a 1ª IATF, os animais foram alocados em quatro grupos com os seguintes tratamentos: 1) Grupo Controle; 2) 1 mg de BE (Benzoato de Estradiol) e implante de P4 (Progesterona) no 12º dia (BE-P4); 3) 1 mg de BE e implante de P4 e administração de AINE (1,1 mg/Kg PV i.m. de Funixin meglumine) no 12º dia (BE-P4-AINE); e 4) Aspiração do folículo dominante no 15º dia e inserção de implante intravaginal de P4 (OPU-P4 = ovum pick-up ou aspiração folicular via transvaginal – P4). A dinâmica folicular e o desenvolvimento luteal foram acompanhados diariamente por ultrassonografia modo B e Doppler. Amostras de sangue foram coletadas diariamente entre os 12º e 22º dias para dosagens hormonais por RIA (Radioimunoensaio). As variáveis contínuas foram estudadas por meio de análise de variância (ANOVA), como medidas repetidas no tempo, utilizando-se o procedimento PROC MIXED do software SAS. Foram observados efeitos de grupo, dia do ciclo e interação entre grupo e dia para concentrações de estradiol (E2) e P4 plasmática, respectivamente. No 13º dia, BE-P4 e BE-P4-AINE tiveram maior E2 comparado com OPU-P4 e Controle. A concentração plasmática de E2 não diferiu entre grupos do 15º dia em diante. A P4 plasmática reduziu do 12º ao 22º dias em todos os grupos; contudo, a taxa de queda na P4 diferiu. Em grupos que receberam BE, a P4 diminuiu a partir do 12º dia e atingiu valores significativamente menores no Dia 17, enquanto P4 plasmática atingiu valores baixos apenas no 20º dia no grupo OPU-P4 e no 19º dia no grupo Controle (12º dia vs 19º dia). No grupo OPU-P4, a P4 plasmática atingiu um pico no 17º dia e permaneceu alta no 18º dia, maior do que para os grupos BE-P4 e BE-P4-AINE. Os resultados indicaram que a ressincronização com BE no 12º dia aumentou a concentração plasmática de E2 no 13º dia e pode ter causado antecipação da luteólise funcional. A inclusão de anti-inflamatório não-esteroidal no protocolo de ressincronização não teve efeito sobre as concentrações circulantes de estradiol após a aplicação exógena de benzoato de estradiol. Neste projeto, conseguimos identificar e caracterizar alterações importantes durante a ressincronização e as consequências endócrinas da ressincronização precoce utilizando estradiol e progesterona exógenos. Os resultados que alcançamos indicaram que a inclusão de anti-inflamatório não-esteroidal no protocolo de ressincronização não teve efeito benéfico sobre as concentrações circulantes de estradiol após a aplicação exógena e não preveniram um aumento transitório deste hormônio no plasma de fêmeas submetidas a protocolos de ressincronização iniciados no 12º dia do ciclo. O aumento do estradiol circulante pode causar antecipação da luteólise funcional, prejudicando uma eventual prenhez em processo de reconhecimento materno. As informações contidas nesse documento contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de números 1 (Erradicação da pobreza: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares), 2 (Erradicação da fome: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável) e 8 (Empregos dignos e crescimento econômico: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos).
Situação: concluído Data de Início: Sat Dec 01 00:00:00 GMT-03:00 2018 Data de Finalização: Tue Feb 28 00:00:00 GMT-03:00 2023
Unidade Lider: Embrapa Gado de Leite
Líder de projeto: Luiz Gustavo Bruno Siqueira
Contato: luiz.siqueira@embrapa.br