O Pantanal possui uma área aproximada de 140.000 km2, onde a principal atividade econômica é a pecuária extensiva realizada em diversas paisagens com uma alta dependência do ambiente. Particularmente relacionada com a sazonalidade dos recursos forrageiros nativos influenciada pelo regime de inundação e seca. A logística é difícil e de alto custo, além da falta de infraestrutura que impõe grandes limitações para a produção. A pecuária, atualmente, é de cria e vem se modificando em sua estrutura fundiária e cultural. Essa atividade na Planície Pantaneira vem sofrendo pressões para se intensificar em busca de ganhos de produtividade, qualidade e lucratividade, por meio do uso de tecnologias com diferentes graus de intensificação (desmatamento com implantação de pastagens cultivadas, drenagem de áreas, entre outras). Hoje o desafio da atividade na região é conciliar o aumento da produção pecuária com a sustentabilidade mantendo o equilíbrio entre as três dimensões: ambiental, social e econômica, uma vez que o Pantanal foi definido como Área de Uso Restrito pelo Art. 10º do “Novo Código Florestal”. Com o aumento da pressão do mercado nacional e internacional por uma pecuária eficiente e responsável, a certificação e a agregação de valor aos produtos comprovadamente sustentáveis podem garantir, por exemplo, compensações para os produtores comprometidos com a aplicação de tecnologias favoráveis à sustentabilidade. Com isso em mente, a Embrapa desenvolveu uma ferramenta, a Fazenda Pantaneira Sustentável – FPS, para avaliação da sustentabilidade das fazendas na Planície Pantaneira. A sustentabilidade é avaliada a partir do uso de indicadores que devem ser medidos na fazenda. Esse método de indicadores foi escolhido por agilizar a medição da sustentabilidade na fazenda, evitando coletas extensas de dados complexos que demandem muito tempo ou recursos. Para operacionalizar essa avaliação, após a obtenção dos dados, foi desenvolvido um software capaz de integrar os diversos indicadores com base na técnica de inteligência artificial. A ferramenta FPS e o software beneficiará produtores, e poderá também interessar a agentes financeiros por meio da abertura de linhas de crédito específicas, frigoríficos, certificadoras e startups podendo gerar mais renda com a oferta de produtos diferenciados e sustentáveis com foco no mercado interno e externo, favorecendo a criação de uma cadeia da carne sustentável que contribua com a economia regional de forma eficiente, responsável e competitiva.