O feijão de 3ª safra, cultivado entre os meses de abril e outubro, representa cerca de 19% da produção brasileira de feijão. Essa safra ocupa aproximadamente 200.000 hectares e é um componente importante dos sistemas de produção irrigados no Brasil central. Essa época do ano proporciona as maiores produtividades, já que os agricultores fazem altos investimentos em insumos, tecnologias e serviços. Fatores como a umidade do solo, controlada pela irrigação, e as temperaturas amenas resultam em melhores resultados.A cada ano, observa-se um aumento da área plantada nessa terceira safra, junto com a adoção de tecnologias que aumentam a produtividade. No entanto, mesmo com os altos investimentos, a cultura enfrenta desafios, como o manejo fitossanitário, devido à pressão de plantas daninhas, doenças de difícil controle e ataques de insetos-pragas. Esses fatores reduzem o potencial competitivo e de regeneração das plantas. Além disso, a busca por altas produtividades nem sempre está alinhada à sustentabilidade, sendo essencial entender os impactos ambientais e econômicos envolvidos e os fatores que limitam o ganho produtivo.O objetivo deste projeto é gerar recomendações para o cultivo do feijão-comum na 3ª safra, no Cerrado brasileiro, em sistemas de produção diversificados que busquem altas produtividades com sustentabilidade. Os resultados esperados incluem um conjunto de recomendações técnicas para o manejo de sistemas diversificados, visando aumentar a produtividade das culturas de forma econômica e sustentável.Além disso, serão geradas recomendações fitossanitárias para o manejo desses sistemas, focando no uso mais eficiente de insumos, o que resultará em ganhos de produtividade e econômicos com sustentabilidade. Para alcançar esses resultados, será conduzido um ensaio com dois sistemas de produção, rotacionando diferentes espécies de cobertura com soja e feijão-comum, ao longo de quatro safras.Para que as informações e tecnologias geradas contribuam para a sustentabilidade dos sistemas produtivos e sejam amplamente conhecidas e utilizadas, é fundamental o envolvimento do setor produtivo. O GTEC BRASIL CENTRAL, uma associação de consultores da área agronômica, desempenha um papel essencial nesse processo. Com 35 integrantes que atendem aproximadamente 120.000 hectares de feijão, esse grupo tem trabalhado em parceria com a Embrapa há mais de dez anos, visando ao desenvolvimento sustentável do feijão-comum nos estados de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, regiões estratégicas para o cultivo da 3ª safra. Esses consultores são importantes multiplicadores das tecnologias e conhecimentos gerados pela Embrapa, sendo fundamentais tanto para apoiar a pesquisa e o desenvolvimento em áreas representativas para essa cultura, quanto para garantir a transferência de tecnologia até os produtores rurais.As atividades propostas serão realizadas nas áreas dos parceiros, e todos os custos de implantação e condução serão arcados pela fazenda, incluindo o acompanhamento técnico e a mão de obra para a coleta de dados. Esse trabalho em parceria tem aproximado a pesquisa do setor produtivo, permitindo a geração de informações, recomendações e tecnologias que chegam diretamente aos produtores por meio dos consultores.