O manejo de plantas daninhas resistentes a herbicidas é um dos principais desafios enfrentados pelos produtores rurais na atualidade. São estimadas perdas elevadas decorrentes da infestação das lavouras por estas plantas, com prejuízos anuais de bilhões de reais só no sistema de produção da soja. Neste sentido, a Embrapa tem buscado iniciativas que tragam opções de manejo com princípios que considerem inovação, mas acima de tudo sustentabilidade. Em dezembro de 2020 foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica entre a Embrapa Pecuária Sul e a empresa Três Tentos Agroindustrial e, após, iniciado projeto entre as instituições visando trabalho conjunto no tema da resistência de plantas daninhas, especialmente focado na problemática do caruru ( Amaranthus hybridus) na soja, em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), comumente utilizados no Sul do Brasil. Forrageiras de clima temperado são implantadas após a colheita da lavoura no verão visando a engorda de animais (bovinos de corte principalmente), até novo ciclo de implantação da lavoura, na primavera. Investigações a campo e em casa de vegetação geraram resultados que caracterizaram o problema e, deste modo, permitiram delinear estratégias alternativas para evitar a expansão de plantas daninhas resistentes. Avanços positivos foram alcançados como a capacitação de técnicos, divulgação de resultados da parceria em programas de rádio, publicação de artigo de divulgação na mídia e em congressos, formação de recursos humanos a partir do treinamento de estagiários, bem como a realização de dia de campo para produtores. Assim, este projeto tem como objetivo a confirmação, a partir de protocolo HRAC, no caso de suspeita de resistência, teste de moléculas alternativas, análise de residual (carryover) e análise do potencial de forrageiras como supressoras do estabelecimento de plantas daninhas. Deste modo, a parceria pretende propor recomendação prática de manejo eficiente para o controle de caruru ( Amaranthus hybridus), buva ( Conyza spp.), capim-arroz ( Echinochloa spp.) dentre outras espécies resistentes a glifosato, em sistemas ILP, envolvendo as culturas da soja e do arroz irrigado. Ao final do projeto, espera-se que o ativo tecnológico do tipo processo agropecuário desenvolvido no âmbito da parceria público-privada possa ser opção para produtores com problemas de plantas daninhas resistentes em sistemas integrados no Sul do Brasil, atrasando a evolução de novos casos de resistência.