A terra indígena Potiguara constitui a maior das três existentes da reserva Potiguara, situada no litoral norte da Paraíba, e possui 21.000 hectares. Essa área contempla solos derivados de sedimentos oriundos dos Baixos Platôs Costeiros (Tabuleiros Costeiros) nas porções mais elevadas da área; e, em menor proporção, de sedimentos da baixada litorânea. Nas porções mais elevadas essas terras têm sido exploradas com a cultura da cana-de-açúcar, que carece de maior pesquisa em solo (ambiente de produção) para melhorar a sua produtividade. Na região de estudo há pouco conhecimento da variabilidade e dos atributos dos solos e, consequentemente, das suas potencialidade e limitações para os diferentes fins. Em se tratando do uso agrícola, em especial para agricultura irrigada, há necessidade de estudos prospectivos (mapeamento) e de caracterização morfológica, física e química do solo para um melhor planejamento, seleção de área prioritárias para cultivo e para investimento de recursos financeiros. Particularmente para os solos de baixa fertilidade natural, comuns na região dos Tabuleiros Costeiros da Paraíba - a exemplo das classes dos Argissolos Amarelos, Argissolos Acinzentados, Espodossolos Humilúvicos e Neossolos Quartzarênicos - há deficiência de macro e micronutrientes essenciais e uma menor capacidade de reserva hídrica para os vegetais, o que acarreta significativas perdas de produtividade em anos com chuvas abaixo da média histórica ou com distribuição irregular ao longo do ano. Por isso, torna-se imprescindível estudos da variabilidade dos solos para nortear o planejamento agrícola, na busca pelas máximas produtividades da cana-de-açúcar, o estabelecimento das boas práticas de manejo e fertilidade do solo, além da inserção das práticas de irrigação (ou fertirrigação, quando necessário e possível) nas estações secas ou veranicos. Esses estudos visam potencializar o apoio a projetos para agricultura tradicional Potiguara e seleção de áreas para proteção e/ou recuperação ambiental.
Este projeto se propõe alcançar quatro objetivos específicos: 1) realizar o levantamento de reconhecimento de alta intensidade de solos (escala 1:50.000) de 21.000 hectares da terra indígena; 2) fazer a interpretação dos resultados das análises de caracterização física e química de 10 perfis de solo oriundos do mapeamento, as quais serão realizadas em laboratórios particulares sob orientação da equipe do projeto;3) elaborar o mapa do potencial geral das terras para irrigação conforme a metodologia preconizada no Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação – SiBCTI, adaptada para levantamentos de alta intensidade de solos (Araújo Filho et al., 2021); e 4) fazer o delineamento das unidades de mapeamento, elaborar o layout dos mapas do projeto e publicá-los.
Após elaboração dos mapas de Solo e do Potencial geral de Terras para Irrigação, e seus respectivos relatórios técnicos; os resultados serão incluídos no repositório Geoinfo (plataforma digital da Embrapa) para visualização e download de documentos pela Embrapa, pelo parceiro (Associação Paraibana dos Produtores de Mel da Baía da Traição - PARAIBAMEL) e pelo público em geral.
Objetivo Geral:Realização de estudos prospectivos de solo e de irrigação para fins de estabelecimento de agricultura irrigada da terra indígena Potiguara no litoral norte da Paraíba, visando o uso sustentável dos solos e o desenvolvimento da microrregião.