A aquicultura é uma atividade em crescimento no Brasil, consequentemente promove demandas para o setor tecnológico e de pesquisas aplicadas para o desenvolvimento da atividade. Os peixes nativos ocupam o segundo lugar em produção no Brasil, com destaque para o tambaqui (Colossoma macropomum) que é a principal espécie produzida. Dentre os desafios enfrentados pela aquicultura brasileira, a sanidade de peixes é a principal questão, devido ao aparecimento de doença e as consequentes perdas. Atualmente, a criação do tambaqui enfrenta um sério problema sanitário devido à ocorrência do parasito acantocéfalo Neoechinorhynchus buttnerae em pisciculturas instaladas principalmente na região Norte do Brasil, causando severas perdas econômicas na produção. E o resultado é que hoje existe uma grande dificuldade para prevenção e tratamento dessa enfermidade devido às características dessa relação parasita-hospedeiro.A maioria dos vertebrados selvagens abriga helmintos parasitas, muitas vezes provocam apenas morbidade e não mortalidade. Entretanto a prevalência de infecções parasitárias depende das interações de resistência e tolerância dos organismos hospedeiros. A relação hospedeiro-parasita é complexa, e a maioria dos parasitas secreta uma variedade de compostos imunomoduladores que permitem a coexistência com o hospedeiro e a cronicidade do parasita, dificultando a prevenção e tratamento.Assim é importante conhecer os mecanismos de resistência e tolerância para que medidas de prevenção e tratamento sejam efetivas. Este projeto buscou aprofundar os conhecimentos sobre os mecanismos de defesa do tambaqui contra o N. buttnerae. Teve como objetivo geral conhecer os mecanismos de resistência e tolerância contra Neoechinorhynchus buttnerae em Colossoma macropomum através da avaliação de variáveis imunes e expressão gênica.