Produção de fertilizantes organominerais a partir de esterco de aves desidratado

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O Brasil ocupa a quarta posição como maior consumidor mundial de formulações NPK e, apesar da participação expressiva na economia nacional, o agronegócio brasileiro ainda sofre com a dependência da importação de fertilizantes, que correspondeu a aproximadamente 78% dos fertilizantes NPK (ANDA, 2016).A produção de fertilizantes a partir de resíduos agroindustriais mostra-se promissora, pois atende à legislação ambiental por destinar corretamente os resíduos gerados, e contribui para a ciclagem de nutrientes e aumento da fertilidade do solo. A adoção de fertilizantes organominerais produzidos a partir de resíduos está alinhada às práticas de sustentabilidade e compromissada com o desenvolvimento sustentável, adequando-se a um alto ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).
Como alternativa para a destinação racional de resíduos orgânicos e aumento na eficiência do uso dos nutrientes contidos nesses resíduos, pode-se citar os fertilizantes organominerais. Uma grande vantagem dos fertilizantes organominerais em relação aos fertilizantes minerais é o fato de utilizarem, como matéria-prima, resíduos que são passivos ambientais de outros sistemas de produção (Benites et al., 2010). Esses fertilizantes são o resultado da combinação entre fontes orgânicas e minerais e estão previstos na legislação brasileira (MAPA, 2005).
O esterco de galinha, seja poedeira ou da criação de frango para corte, é um produto com textura pastosa e alta umidade, o que dificulta seu transporte, armazenamento e aplicação na produção agropecuária. A desidratação deste resíduo em altas temperaturas tem sido difundida, obtendo-se um fertilizante orgânico que pode ser utilizado como matéria-prima para produção de fertilizantes organominerais, quando adicionados com fertilizantes fosfatados e potássicos.
A Embrapa e Instituições de pesquisa e ensino parceiras desenvolvem pesquisas para o desenvolvimento de bases tecnológicas para a produção de novos insumos para a adubação de lavouras e pastagens desde a década de 1990. Essas pesquisas visam o desenvolvimento de fertilizantes e corretivos com maior eficiência agronômica. A linha de pesquisa e de desenvolvimento de fertilizantes orgânicos e organominerais a partir do reaproveitamento de resíduos agroindustriais e urbanos é uma das mais promissoras, visto a abundância de matérias primas e demanda potencial elevada de setores da agricultura por soluções tecnológicas para descarte adequado desses resíduos.
A partir da perspectiva de desenvolvimento de fertilizantes organominerais, a cooperação técnica e financeira de parceiros externos com a Embrapa tem potencial elevado de ser bem-sucedida para ambos. Da parte da Embrapa, a geração de soluções tecnológicas e sua validação promovem o imediato avanço tecnológico dessas soluções. Para o parceiro, gera oportunidades de novos negócios promovendo sua visibilidade no mercado a partir da produção de insumos de maior valor agregado em relação ao que é produzido atualmente. Esta parceria pode trazer benefícios para o meio ambiente, que não receberá resíduos orgânicos sem o adequado processamento, e para a sociedade, que poderá consumir alimentos produzidos num sistema de produção sustentável que faz uso da economia circular.
O desenvolvimento de novas formulações de fertilizantes organominerais na região do interior de Pernambuco contribui para o desenvolvimento regional, que é considerada um polo produtor de ovos e frangos de corte, abastecendo vários estados do Nordeste.Este projeto tem como objetivo desenvolver novos fertilizantes organominerais a partir de esterco desidratado de aves como fonte orgânica, uma matriz até então inexistente no mercado, com adição de diferentes fertilizantes minerais. Existem fertilizantes orgânicos com essa composição no Brasil, porém a produção de fertilizantes organominerais representa uma inovação com potencial para substituir o uso de fertilizantes minerais em culturas como milho, palma, pastagens e diversas hortaliças, especialmente na região Nordeste.

Situação: em execução Data de Início: Sun Oct 01 00:00:00 GMT-03:00 2023 Data de Finalização: Mon Mar 31 00:00:00 GMT-03:00 2025

Unidade Lider: Embrapa Solos

Líder de projeto: David Vilas Boas de Campos

Contato: david.campos@embrapa.br