O tipo do algodão é uma classificação visual baseada na brancura (mais brilhante ou mais opaco), no amarelecimento (mais azulado ou mais amarelado), e na presença de material não-fibroso na amostra (resíduos de folhas, brácteas ou contaminações). O tipo é usado para formar blocos homogêneos de fardos de algodão, que serão vendidos para as fiações. Essas informações também são obtidas por meio de análise do aparelho HVI® ( High Volume Instrument) que mede a reflectância e o índice de amarelo. Além de fornecer valores para características medidas instrumentalmente, como micronaire (finura e maturidade) e resistência, o instrumento fornece uma informação similar à classificação humana. Embora a classificação instrumental tenha sido determinada após anos de experiência relacionando-a com a classificação visual, esse processo foi feito usando-se algodão americano.

Este projeto tem por objetivo promover a atualização e adaptação do gráfico de relacionamento entre o tipo do algodão classificado visualmente e os eixos de reflectância e amarelecimento relatados pelo HVI®, com foco na realidade das cultivares brasileiras.

Sabe-se que a cor do algodão é impactada por fatores genéticos. A organização da celulose e resíduos de metabólitos de quando a célula da fibra estava viva podem fazer uma cultivar ter uma cor ligeiramente diferente de outra, para a mesma condição ambiental. Não há relatos de que um ajuste tenha sido feito para adaptar o sistema de tipo instrumental à realidade de cultivares brasileiras. Assim, essa pode ser uma razão para a qual ocorre uma discordância entre produtores, algodoeiros, comerciantes, e outros elos da cadeia produtiva em relação ao tipo do algodão comercializado. Este projeto visa harmonizar a classificação instrumental e visual para o algodão brasileiro, para melhorar o fluxo de informações e lotes de fardos ao longo da cadeia produtiva, e permitir que o relatório da classificação instrumental possa ser mais amplamente usado.